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Modelos usando botas e envoltas em xales e cachecóis, em um desfile de roupas de inverno, não são novidade. Mas, na mesma noite, presenciar garotas que, corajosamente, enfrentam a passarela usando peças minúsculas, com a barriga e as pernas de fora, faz o público pensar: que inverno é esse, afinal?

Muita gente pode achar estranho uma marca de moda praia como a Rosa Chá lançar coleção para a estação mais fria do ano - e ainda fazer as modelos desfilarem looks que parecem mais adequados para o verão. Parece loucura, mas há boas razões para o fato.

A primeira é a globalização da moda: uma grife altamente profissional, e já consagrada no mercado internacional como a Rosa Chá, precisa seguir os calendários oficiais de lançamentos de coleções. É impossível ignorar ou "pular" uma estação: toda a cadeia produtiva que envolve a moda, desde as confecções até as prateleiras das lojas, obedece à lógica de mercado.

Regiões

Já em termos locais, em um país extenso como o Brasil, e com a marca se expandindo através de lojas franqueadas de Norte a Sul, não se pode ignorar as características de cada região. Se aqui no Sul casacos e outros acessórios pesados são indispensáveis para encarar o frio, do Rio de Janeiro para cima o inverno é apenas um nome no calendário - as temperaturas continuam altas, com poucas variações.

Vale lembrar, também, que no mundo da moda os desfiles servem não apenas para mostrar roupas e acessórios. Cada vez mais, a passarela é lugar de exibir os conceitos de cada grife. A maioria dos looks mostrados não servem para ser usados nas ruas, por gente "de verdade": exprimem a idéia do estilista e sua visão atual da moda.

Por último, atender às expectativas dos consumidores é fundamental. Desde os clientes fiéis, que aguardam ansiosos pela chegada das novas peças nas araras das lojas, até os que serão fisgados pela grife, todos precisam consumir novidades.

Copa

Nesta coleção de inverno, por exemplo, o estilista Amir Slama, acostumado a vender a imagem de um Brasil tropical e sofisticado pelo mundo, aproveita o "gancho" da Copa do Mundo para contar uma história: de uma princesa que surge no Brasil em plena Copa e se encanta com todas as novidades. Na visão de Slama, essa princesa moderna vive um romantismo contemporâneo, permeado pelo conceito esportivo, que resulta em formas femininas e sensuais. Serão mostrae vestidos curtos inspirados na lingerie, mescladas às camisetas de futebol.

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