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Gato com fome lambe sabão, costuma dizer minha mãe. Sábio ditado, e com boas aplicações para a economia – noutras palavras, ele quer dizer que, na falta de recursos, cada agente se vira como pode para se manter vivo. O mercado brasileiro de ações, por exemplo, andou lambendo sabão e se deu bem. Explicando: depois das desanimadoras perdas do ano passado, o mercado começou a voltar à rotina. Isso significa que investidores e gestores de fundos, tanto brasileiros quanto estrangeiros, teriam de recompor suas carteiras. Essas compras animaram um mercado ávido por boas notícias, e esse movimento resultou numa forte valorização – 33,3% este ano, um número bastante respeitável. O problema é que ninguém sobrevive à base de sabão – e a perda pesada de ontem, consequência da apreensão de todos em relação aos tais "testes de estresse" dos bancos americanos, é um sinal de que a alta que temos experimentado não é de todo firme. Sendo assim, a cautela ainda deve ser a base de qualquer estratégia de investimentos. Os economistas são unânimes em dizer que a volatilidade (aquele sobe-e-desce das ações) está longe de acabar. O panorama é, sim, bem mais promissor do que há seis meses, mas estamos longe dos bons momentos do primeiro trimestre de 2008. E faz melhor quem não compara. Aqueles tempos não vão se repetir. Eles se foram, como uma bolha... de sabão.

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