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O ministro da Economia, Paulo Guedes, durante o Brazilian Day, evento a empresários e investidores na visita do governo a Washington. | Alan Santos/PR
O ministro da Economia, Paulo Guedes, durante o Brazilian Day, evento a empresários e investidores na visita do governo a Washington.| Foto: Alan Santos/PR

Investidores e empresários dos Estados Unidos vão esperar a primeira votação da reforma da Previdência no Congresso para decidirem se apostam ou não dinheiro no Brasil. Após viagem do presidente Jair Bolsonaro a Washington a avaliação é que há boa vontade no mercado em relação à política econômica de Paulo Guedes (Economia), mas é preciso haver ressonância de seu discurso dentro do Planalto para que isso seja transformado em investimento efetivo.

Na segunda-feira (18), Bolsonaro participou de jantar na Câmara de Comércio dos EUA, na capital americana, com uma lista de convidados robusta, que passava por Donna Hrinak, presidente para a América Latina da Boeing, Jane Fraser, CEO para a América Latina do Citigroup, Gary Spulak, presidente da Embraer nos Estados Unidos, e Mack Mclarty, consultor e ex-chefe de gabinete do ex-presidente Bill Clinton.

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Participantes do evento ficaram satisfeitos com o protagonismo que Bolsonaro deu a Guedes, mas não se surpreenderam com o discurso do chefe da equipe econômica do governo – que manteve sua retórica liberal, com foco nas reformas e privatizações.

Segundo analistas, a ida de Bolsonaro aos EUA não mudou significativamente o humor dos empresários americanos, que continuam à espera de resultados concretos sobre a reforma da Previdência – somente após o primeiro teste de votação na Câmara será possível saber o verdadeiro tamanho da proposta e o quanto de economia ela trará em alguns anos.

“A visita [de Bolsonaro a Washington] não mexe decisivamente com a expectativa do setor privado americano. O grande teste vai ser uma reforma da Previdência que coloque o Brasil no caminho do controle fiscal”, afirma Roberto Simon, do Conselho das Américas.

Às vésperas da chegada de Bolsonaro aos EUA, empresários e investidores estavam frustrados com a falta de resultados comerciais concretos da visita do brasileiro a Donald Trump.

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No entanto, o apoio que o presidente americano prometeu ao ingresso do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) animou o mercado. Isso porque para entrar na organização o país precisa cumprir uma série de requisitos que só serão alcançados com o andamento de uma agenda reformista.

O discurso de Guedes – reafirmado nos EUA – tem ajudado a elevar a confiança do mercado, mas consultores acreditam que essa dinâmica alcança o teto quando o Congresso apreciar o texto de reforma da Previdência.

A partir daí, o que vai gerir as expectativas no setor financeiro serão as falas dos deputados envolvidos nos debates e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tem operado como articulador da proposta.

De acordo com os empresários que se reuniram com Bolsonaro e Guedes nos EUA, muitas empresas estão deixando de investir em países como Rússia e Turquia, por exemplo, à espera do que vai acontecer no Brasil.

Até lá, aportam montantes menores no país, ganham com especulação, mas prometem maior investimento caso haja concretude na proposta do governo.

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Antes do jantar com os investidores, Guedes participou de uma reunião com o Secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, e, em seguida, encontrou-se com o representante de Comércio americano, Robert Lighthizer.

Este era o principal nome do governo Trump contrário ao apoio dos EUA para a entrada do Brasil na OCDE. 

A comitiva brasileira chegou a Washington sem esperança de que a pauta estaria na declaração final dos presidentes, após reunião na Casa Branca, mas apostava na impulsividade de Trump com o apelo direto de Bolsonaro.

Foi o que aconteceu. Logo depois da chegada do brasileiro ao Salão Oval, Trump anunciou a jornalistas que apoiaria o ingresso do Brasil no clube dos ricos – apesar de exigir contrapartidas como a perda, por parte dos brasileiros, de tratamento especial na OMC (Organização Mundial do Comércio), por exemplo.

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