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Estudo elaborado pela Serasa com base nos demonstrativos contábeis de cerca de 10 mil empresas, de capital aberto e fechado, mostra que desde 2003 até setembro deste ano as grandes indústrias ampliaram os investimentos em ativos fixos destinados para aumentar a capacidade produtiva e com isso incrementar o nível de competitividade de seus produtos.

Em 2003, a economia teve dois momentos distintos: no primeiro semestre as taxas de juros estavam elevadas e houve desaquecimento do mercado interno, em razão da perda de poder aquisitivo da população e da alta taxa de desemprego. A partir de julho, contudo, houve cortes consecutivos da taxa básica de juros, aumento da concessão de financiamento em alguns setores, crescimento da entrada de investimento externo no país e estabilidade da taxa de câmbio, fatores que contribuíram para o aquecimento da atividade industrial ao longo do segundo semestre, segundo o estudo. Neste período, os investimentos das grandes empresas representaram 4,3% do faturamento, contra 3,9% nas pequenas empresas.

Em 2004, as exportações foram responsáveis por grande parte do crescimento da atividade industrial. Porém, verificou-se, em maio, o início da recuperação da demanda interna, sustentada em grande medida pela melhora nas condições de crédito ao consumidor. O aumento da massa salarial, motivado pela expansão do nível de emprego, também contribuiu para o desempenho do mercado interno.

Os investimentos realizados neste período representaram 4,9% nas grandes empresas e 4,3% nas pequenas e médias empresas, mostrando-se ligeiramente superior ao ano anterior, sendo justificados pelo aumento da produção dos setores de eletrodomésticos (linhas branca e marrom) e de automóveis, camionetes e utilitários, além do segmento de bens de capital, que foi favorecido pelo crescimento das exportações e das vendas internas para os setores de mineração, siderurgia, alumínio, papel e celulose e agricultura.

Em 2005, a expansão do crédito e das exportações beneficiaram os investimentos em ativos das grandes indústrias, segundo a Serasa.

Nas grandes indústrias, aquelas com faturamento líquido anual maior que R$ 50 milhões, o volume de investimentos em ativos fixos revelou crescimento contínuo desde 2003 e foi equivalente a 7,6% do faturamento até setembro de 2006, maior percentual atingido no período do estudo. As cerca de 1.700 grandes empresas da amostra fizeram investimento de cerca de R$ 32 bilhões no imobilizado, até setembro, sem considerar os valores da Petrobras, que investiu sozinha cerca de R$ 11 bilhões no mesmo período.

O segmento de Papel e Celulose se destacou no estudo com indicador de investimento de 26,9% das vendas até setembro de 2006. Diante da demanda aquecida e da acirrada concorrência interna e externa, destinou grande parte de seus recursos à manutenção e ampliação das plantas industriais, a fim de consolidar-se como player de destaque no mercado globalizado.

Outro destaque foi o segmento siderúrgico que destinou o equivalente a 12,7% das vendas para investimento. O segmento foi beneficiado nos últimos anos pelos consecutivos aumentos da demanda interna e externa, com destaque para Estados Unidos e China, cujo aumento do consumo e o fato de as usinas brasileiras estarem operando próximo a sua capacidade plena, levou as empresas a destinar investimentos para expansão da produção.

O segmento Petroquímico revelou investimentos da ordem de 8,2% do faturamento líquido, destinados ao aumento da capacidade do processamento de insumos; a programas de segurança e meio ambiente bem como à manutenção das plantas operacionais.

Como contraponto, o segmento têxtil apresentou investimentos equivalentes a 1,9% do faturamento, devendo-se ressaltar a grande concorrência com os produtos asiáticos importados, que prejudicaram o desempenho das empresas.

As pequenas e médias empresas, com faturamento anual até R$ 50 milhões, apresentam investimentos equivalentes a 4,1% do faturamento até setembro de 2006, bem inferior ao das grandes empresas. Dentre elas, o segmento químico foi o que apresentou maior nível de investimento com 6,0% das vendas, enquanto o menor foi o de alimentos que apresentou indicador de 2,6%.

Historicamente, a menor lucratividade das pequenas e médias indústrias aliado aos juros elevados dificultam o acesso ao crédito e inibem investimentos maiores. Da amostra total, as pequenas e médias empresas, que totalizaram cerca de 8.300 empresas da amostra, investiram mais de R$ 2 bilhões até setembro de 2006.

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