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O investimento estrangeiro no setor produtivo do Brasil voltou a cair em julho.
O investimento estrangeiro no setor produtivo do Brasil voltou a cair em julho.| Foto: Unsplash

O investimento estrangeiro no setor produtivo do Brasil voltou a frustrar expectativas. Em julho, o saldo entre ingressos e saídas do chamado Investimento Direto no País (IDP) foi de US$ 4,2 bilhões, 41% abaixo do registrado no mesmo mês de 2022, segundo relatório publicado nesta sexta-feira (25) pelo Banco Central.

A corretora XP aponta que o valor ficou abaixo de suas expectativas (US$ 6,5 bilhões) e também do consenso do mercado (US$ 6 bilhões). "Os ingressos líquidos de Investimento Direto no País decepcionaram mais uma vez", aponta Rodolfo Margato, economista da corretora, em nota sobre as estatísticas do setor externo.

Nos sete primeiros meses do ano, segundo o BC, o país recebeu US$ 33,6 bilhões em investimentos diretos, 32% menos que no mesmo intervalo de 2022. Os números se referem apenas a recursos aplicados por estrangeiros na chamada "economia real", mais duradouros, e não incluem os investimentos em carteira (ações e títulos), mais voláteis.

O IDP acumulado em 12 meses diminui quase sem tréguas desde o início de 2023. Em julho, ele recuou a US$ 71,7 bilhões, menor valor desde agosto do ano passado. A cifra equivale a 3,54% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o índice mais baixo em um ano.

Investimento estrangeiro no setor produtivo (acumulado em 12 meses, em US$ e % do PIB). Fonte: Banco Central

No pico mais recente, no fim de 2022, o IDP em 12 meses correspondia a 4,54% do PIB, um dos maiores índices desde 2001. O valor acumulado na época era de US$ 87,2 bilhões, um tanto acima das expectativas para 2023.

"As nossas projeções para o IDP em 2023 (US$ 75 bilhões ou 3,5% do PIB) e 2024 (US$ 73 bilhões ou 3,2% do PIB) têm viés de baixa", diz Margato, da XP.

Apesar disso, ele ainda considera os valores "satisfatórios". "Embora os números recentes aquém do esperado mereçam atenção, os níveis de IDP permanecem satisfatórios e não alteram nossa visão construtiva sobre as contas externas brasileiras", conclui.

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