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Legumes expostos em feira livre de Londrina: preço dos alimentos influenciou o índice, e deve continuar subindo | Roberto Custodio/ Gazeta do Povo
Legumes expostos em feira livre de Londrina: preço dos alimentos influenciou o índice, e deve continuar subindo| Foto: Roberto Custodio/ Gazeta do Povo

Combustível deve pressionar o índice

O aumento da gasolina e do diesel pode ser o vilão dos próximos IPCAs. O reajuste já chegou às bombas dos postos, na semana passada, mas a pesquisa mensal da inflação ainda não captou a mudança.

Para o economista do Con­selho Regional de Eco­nomia do Paraná (Co­re­con-­PR), Carlos Magno Bit­tencourt, estes fatores aliados à data-base de motoristas e cobradores, a inflação dos próximos meses deve ser pressionada para cima. "Vai ser muito difícil reverter esta tendência de alta", completa. Neste mês, o transporte público já apresentou alta de 1,3%. Para controlar o movimento de alta, o analista Lucas Brendler, da corretora Geração Futuro, acha que o governo pode segurar novos reajustes ao longo do ano. Apesar de o preço nacional ainda ser defasado, o analista acredita que a preocupação do governo com o controle da inflação é maior do que as preocupações com o caixa da estatal Petrobras, que vem tendo prejuízo com a venda de combustíveis nos últimos dois anos no país.

Raspando

O IPCA acumulado nos últimos doze meses está em 6,15%. O índice encosta no teto da meta de inflação estipulada pelo Banco Central para 2013, que é de 6,5%.

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou janeiro com alta de 0,86% se comparado com dezembro do ano passado. O resultado é a maior alta mensal da inflação desde abril de 2005, quando o índice chegou a 0,87%. O aumento puxou a marca acumulada nos últimos doze meses para 6,15%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

INFOGRÁFICO: Veja como foi a evolução do IPCA desde abril de 2005

O resultado foi marcado pelo forte impacto do aumento do preço dos alimentos neste começo de ano. Para Eulina Nunes, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, as condições climáticas foram as principais responsáveis pelas altas de alguns itens. "Os alimentos foram responsáveis pela maior parte do IPCA, com reajustes e aumento de preço de produtos importantes como farinha de trigo, pão e produtos in natura que subiram em função de adversidades climáticas", afirma.Em comparação com janeiro do ano passado, os alimentos ficaram 11,08% mais caros. De acordo com o economista Sandro Silva, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os alimentos devem continuar em alta até o final do primeiro trimestre do ano. "A tendência só deve mudar em abril, quando começa o período de safra de maior parte dos alimentos", explica.

As despesas pessoais com lazer também foram responsáveis pela alta recorde, com aumento dos preços em mais de 11%. Esse item inclui os gastos com cigarro, que aumentaram 10% em função do aumento do Imposto de Produtos Industrializados (IPI).

O resultado poderia ser ainda pior se não fosse o reflexo da queda de 18% das tarifas elétricas. Somente em janeiro, a energia elétrica residencial caiu 3,91%. Se não fosse o recuo, a alta no IPCA mensal poderia beirar a casa de 1%.

Com a queda, os gastos totais com habitação diminuíram -0,2%. Para o economista do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR) Carlos Magno Bittencourt a queda poderá ter reflexos ainda maiores nos próximos meses, já que a redução entrou em vigor na última semana de janeiro. "É uma ferramenta que será usada para tentar conter o avanço do índice nos próximos meses", afirma.

Abaixo da média

No resultado regional, Curitiba ficou com a segunda menor média do índice. A alta dos preços no mês foi de 0,68%, média maior somente que a de Brasília, onde o IPCA ficou em 0,46% em janeiro.

Ainda assim, o preço das carnes na cidade destoou da média nacional. A carne suína ficou 4% mais cara no começo deste ano e o preço do contrafilé aumentou 7% no período.

Alta pode mudar câmbio e juros

Com a alta em janeiro, o índice que calcula a inflação chegou à marca de alta acumulada de 6,15% nos últimos 12 meses, valor próximo dos 6,5%, teto da meta do Banco Central para a inflação em 2013.

De acordo com Carlos Magno Bittencourt, do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR), a alta pode fazer o governo rever sua política monetária. "Apesar de acarretarem uma série de outros fatores, a valorização do real e a alta na taxa de juros podem voltar a pauta para segurar o ímpeto da inflação", afirma.

Recentemente, o dólar voltou a ser cotado abaixo dos R$ 2 para conter a alta dos preços dos importados. "Neste cenário, o mercado interno também segura seus preços para manter a competitividade", afirma.

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