• Carregando...
Concessionária da Porsche em Curitiba: preços dos carros da marca subiram, em média, 19% por causa da alta do IPI | Antônio More/ Gazeta do Povo
Concessionária da Porsche em Curitiba: preços dos carros da marca subiram, em média, 19% por causa da alta do IPI| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

Desde o aumento do IPI, 180 modelos de 20 marcas de automóveis importados ficaram mais caros, segundo a Molicar Publica­ções Automotivas, empresa especializada no setor. Mas, segundo o levantamento, que abrange 654 modelos, os preços não acompanharam toda a elevação dos custos com a alta do imposto, que subiu 30 pontos percentuais. A medida foi questionada por vários países durante reunião da Organiza­ção Mundial do Co­­mércio (OMC) na sexta-feira, no que pode ser o primeiro passo em direção a um processo contra o Brasil.

O modelo com maior alta foi o Porsche Cayman 2.9 a gasolina, que passou de R$ 279 mil para R$ 343 mil, um aumento de 22,9%. Mas a maior parte dos reajustes ficou entre 6% e 12%. A Molicar considera os preços finais para o consumidor, que podem mudar conforme a estratégia de vendas das concessionárias.

Oficialmente, três marcas anunciaram novas tabelas: Porsche, Audi e Kia. Na Porsche, a alta média foi de 19%. A Audi, que manteve os preços da linha 2011, informou que vai aumentar aos poucos os preços dos modelos 2012. A nova tabela está 10% mais cara e vale até o fim do mês. A Kia anunciou que repassou um aumento médio de 8,4% nos dez modelos que vende no país. Compacto premium da marca, o Picanto ficou 12,5% mais caro.

"Infelizmente, temos de repassar o aumento do IPI. De modo escalonado, teremos de fazer novos repasses em novembro e em dezembro", afirmou José Luiz Gandini, presidente da Kia Motors do Brasil, que vendeu 9.054 carros em setembro, contra uma média mensal de 7,5 mil carros.

Segundo a Abeiva (represetante das importadoras), as 27 importadoras emplacaram 22.569 carros no mês passado. Em relação a setembro de 2010, a alta foi de 90,8%. "Nossa expectativa para setembro era ficar entre 16 mil e 18 mil unidades emplacadas. Até o fim deste mês, a maioria dos carros importados deve sofrer o impacto do novo IPI", disse Gandini, que também é presidente da Abeiva.

Segundo Vitor Meizikas Filho, da Molicar, a alta do dólar também jogou os preços para cima. "[Sem a alta do dólar] os reajustes seriam menores, pois está claro que as empresas não vão repassar toda a alta do IPI aos consumidores."

Fábricas

Desde o aumento do IPI, seis montadoras anunciaram ou confirmaram planos para fazer carros no Brasil: as chinesas JAC Motors, Chery e Great Wall; a franco-japonesa Renault/Nissan; a sul-coreana Hyundai; e a alemã BMW. Para Luiz Carlos Mello, diretor do Cen­tro de Estudos Automotivos (CEA), o primeiro mês de IPI maior comprova que a medida foi ruim. "Es­­sas fábricas que estão sendo anunciadas já estavam programadas antes, não se decidem investimentos assim por causa de imposto."

Chery e JAC, as principais marcas chinesas no Brasil, ainda mantêm preços, aproveitando grandes estoques e uma liminar judicial que suspende a alta do IPI até o dia 15 de dezembro. Elas e outras firmas que anunciaram fábricas no Brasil negociam uma condição especial com o governo.

Os estoques com IPI antigo estão acabando. Abdul Ibraimo, presidente da importadora da coreana SsangYong no Brasil, afirma que só tem estoque para cinco semanas. Ele disse que as vendas no último mês subiram 30%. "Continuamos animados com o Brasil, tanto que vamos construir uma fábrica aqui, começando com 10 mil carros ao ano e chegando a 60 mil."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]