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São Paulo – O banco Itaú anunciou ontem o fechamento de acordo com o Bank of America (BofA) para a aquisição das operações do BankBoston no Brasil, numa das maiores transações do setor bancário nacional. Para pagar a compra do Boston, o Itaú emitirá 68,5 milhões de ações preferenciais, o equivalente a R$ 4,5 bilhões, ou US$ 2,2 bilhões.

Assim, o Bank of America passará a ter 5,8% de participação no capital total do banco brasileiro, além do direito de indicar um membro para o conselho de administração do Itaú. A participação da Itaúsa, holding do grupo que detinha 48,2% do capital total do banco, cairá para 45,4%, enquanto que a fatia das ações em poder de acionistas minoritários (capital em bolsa), passará de 51,8% para 48,8% do total.

"Não haverá perdas para os minoritários, porque o lucro por ação vai crescer, compensando a diluição do capital", disse o presidente do Itaú, Roberto Setúbal.

A conclusão do negócio depende agora da aprovação das autoridades brasileiras – o Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O acordo fechado com o BofA deu também ao Itaú exclusividade para a aquisição do BankBoston no Chile, no Uruguai, além de outras operações que o banco tinha na América Latina. "Com a aquisição no Brasil, e uma vez concluída as compras no exterior, estaríamos falando num acréscimo de 20% nos ativos do Itaú", disse Setúbal.

Segundo ele, o negócio envolvendo os ativos no exterior do BankBoston só não foi concluído ainda por causa do vazamento de informações na imprensa sobre as negociações com o BofA. "Há 99% de chance de o Itaú comprar os demais ativos", assegurou Setúbal.

Com essas operações, os ativos do Itaú passariam de R$ 151,2 bilhões (na posição de dezembro), para R$ 181,2 bilhões. Pelos critérios da CVM, que levam em conta os ativos totais das holdings financeiras, o Bradesco, que tem R$ 208 bilhões em ativos, seguirá à frente do Itaú, no ranking dos maiores bancos privados do país.

Setúbal afirmou ainda que não fechará nenhuma das 66 agências do Boston. Todas passarão a ter a bandeira Itaú Personalité, divisão exclusiva do banco para os clientes de alta renda. O executivo disse também que a idéia é aproveitar o maior número possível dos 4.800 funcionários do Boston no país. O que para não seria tão difícil, disse, já que o Itaú contrata anualmente cerca de 4 mil pessoas por ano.

Com a conclusão da operação, que ainda precisa de aprovação das autoridades reguladoras brasileiras, como o Banco Central, o banco brasileiro ultrapassa o Bradesco e assume a liderança no ranking de ativos de instituições privadas, segundo dados do próprio BC. Considerando as instituições públicas, o Itaú sobe do quarto para o terceiro lugar no ranking de ativos, atrás do Banco do Brasil (R$ 252,9 bilhões), e da Caixa Econômica Federal (R$ 188,7 bilhões). O Itaú vai superar o Bradesco também em patrimônio. O valor passa de R$ 17,589 bilhões – dados do balanço de 2005 – para R$ 19,689 bilhões com a nova aquisição. O patrimônio do Bradesco somava R$ 19,4 bilhões no fim de 2005.

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