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O vice-presidente da J. Malucelli Seguradora, Alexandre Malucelli, durante o evento: empresa vai usar parceria com a Travelers para oferecer seguro de automóveis | Priscila Forone/ Gazeta do Povo
O vice-presidente da J. Malucelli Seguradora, Alexandre Malucelli, durante o evento: empresa vai usar parceria com a Travelers para oferecer seguro de automóveis| Foto: Priscila Forone/ Gazeta do Povo

A paranaense J. Malucelli Seguradora, maior empresa de seguro garantia da América Latina, prevê o início de sua operação no varejo em até três anos, quando passará a comercializar seguros elementares, ramo que protege contra perdas e danos sobre objetos ou pessoas, como o seguro de automóveis e de habitação. A entrada nesse mercado é parte da estratégia de crescimento da empresa após a Travelers, segundo maior grupo de seguros dos Estados Unidos, comprar 43% das ações da companhia no mês passado, numa operação de R$ 625 milhões.

"É um plano que começa muito pequeno, mas com o aporte de know-how e tecnologia da Travelers, temos condição de ganhar escala muito rápido", dis­se ontem Alexandre Malu­celli, vice-presidente da J. Ma­lucelli Seguradora, durante a última edição do ano do Papo de Mercado, evento promovido pelo Caderno de Economia da Gazeta do Povo. A previsão é de que em cinco anos os ramos elementares representem 50% do faturamento da empresa.

Fases

O projeto possui três fases. A primeira começará em abril do próximo ano e vai explorar a atual base de clientes de seguro garantia, principal negócio da empresa atualmente e responsável por 82% da receita. "Vamos oferecer seguros que podem ser úteis para as 30 mil empresas que já estão na nossa carteira de clientes." Depois, num segundo momento, ainda em 2011, a seguradora trabalhará com os 2 mil corretores parceiros para aproveitar oportunidades junto aos demais clientes desses profissionais. Por fim, até 2014, a empresa passa a atuar diretamente no varejo.

"O conhecimento da Travelers será muito importante", observou Malucelli, citando a Uni­versidade de Sinistros (em inglês, Travelers Claim University), um centro educacional da seguradora americana, focado no estudo da análise de risco, especialmente de automóveis, e localizado no estado de Connecticut. "O automóvel trouxe muito prejuízo no passado justamente porque não existiam ferramentas de análise de risco adequadas. Hoje, uma seguradora pode focar num nicho de carro importado, focar numa região ou num perfil de segurados. Tudo isso é possível segmentar. Depois, a empresa vai atrás do mercado que acredita ser interessante. Apesar de a concorrência no Brasil estar concentrada em dez seguradoras, esse é um mercado com grande potencial", argumentou o executivo. Apenas cerca de 30% da frota brasileira é segurada.

Copa do Mundo

Questionado sobre as obras para a Copa do Mundo, um dos grandes atrativos do mercado de seguros para os próximos anos, Malucelli admitiu que há risco para as seguradoras. Segundo ele, a J. Malucelli já chegou a negar negócios para fazer o seguro garantia de alguns projetos. "O Brasil funciona assim. O andamento atual dos projetos é desanimador. No dia da abertura do primeiro jogo vai estar aquele cheiro de tinta no estádio", disse. Apesar disso, a J. Malucelli pretende aproveitar a oportunidade. "É uma questão de analisar a solidez da empresa construtora e sua capacidade técnica para executar a obra. Alguns projetos que foram apresentados são de empresas que têm bastante know-how e solidez."

Perspectiva

Em 2011, o mercado de seguros brasileiro deve crescer 12% e faturar pouco mais de R$ 200 bilhões, de acordo com dados da Confederação Nacional das Empresas de Seguros, Previ­dência, Saúde e Capitalização (CNSeg), divulgados na terça feira. O maior avanço será no segmento de pessoa, que inclui apólices de vida, com alta prevista de 14,% e receita de R$ 58,6 bilhões. Para este ano, o faturamento do setor está projetado em R$ 180 bilhões. De acordo com a entidade, os seguros terminarão o ano representando 5,05% do PIB, mesmo nível registrado em 2009.

Para Alexandre Malucelli, dois fenômenos que estão ocorrendo simultaneamente vão popularizar ainda mais o segmento de seguro de vida. "À medida que o preço do seguro cair e a renda da população subir, esse é um seguro (de vida) que vai ganhar ainda mais mercado. Por enquanto, o custo de distribuição, seja por corretor ou por ponto de venda, ainda é muito alto no país."

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