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Maringá - O Grupo JBS-Friboi, maior processador de carne bovina do mundo, anunciou ontem, por meio de comunicado, o fechamento do abatedouro de Ma­­ringá, na Região Noroeste do Paraná, e de outras duas unidades em Presidente Epitácio (SP) e Teófilo Otoni (MG). Uma das justificativas apontadas para a medida foi a ineficiência fiscal de alguns estados.

Segundo o diretor de relações institucionais da empresa, Francisco de Assis, a falta de in­­cen­­tivo fiscal no Paraná foi fundamental para a interrupção das atividades no estado. Ele explicou que, para manter 100% da produção da unidade maringaense, era necessário trazer gado do Mato Grosso do Sul, forçando a empresa a pagar uma alíquota de ICMS de 12% em cada remessa de animais. "Tínhamos de pagar a taxa, mas o estado não nos dá crédito. Há uns quatro anos estamos tentando com o governo um termo de acordo ou um plano es­­pecífico para o Paraná. Que­ríamos produzir e empregar mais, mas não conseguimos", ex­­plicou.

Com a desativação das unidades, os serviços de abate e desossa que eram feitos em Maringá serão remanejados para Naviraí (MS). Assis também informou que nenhuma das unidades desativadas será vendida e que a empresa permanecerá negociando com os governos estaduais. No entanto, a JBS não prevê a retomada das operações enquanto permanecerem as atuais condições, especialmente no que diz respeito à legislação tributária.

As mudanças serão colocadas em prática a partir de hoje. Entre reduções de custos e eficiências fiscais, a JBS espera economizar cerca de R$ 200 milhões por ano, além de utilizar mais eficientemente o parque industrial, elevando em pelo menos 5% a produção no país.

O presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarne-PR), Péri­cles Salazar, informou que ainda nesta semana se encontrará com o secretário de Estado da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, para discutir os problemas do setor. "Nós temos um parque industrial com capacidade ociosa e para suprir isto temos de comprar gado de outros estados", afirmou Salazar.

Para o presidente do Sindi­carne, o fechamento da JBS re­­presenta um grande prejuízo. "Além da indústria, existem subprodutos, transportadores, um conjunto de atividades que orbitam em torno da empresa, que representam uma parcela bem significativa da nossa economia", ressaltou Salazar. Procu­rada, a Secretaria de Estado da Fazenda não manifestou nenhuma posição sobre o caso.

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