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Jim Yong Kim, novo presidente do Banco Mundial, foi eleito com apoio dos Estados Unidos. | Enrique Castro Mendivil/Reuters
Jim Yong Kim, novo presidente do Banco Mundial, foi eleito com apoio dos Estados Unidos.| Foto: Enrique Castro Mendivil/Reuters

O Banco Mundial (Bird) escolheu nesta segunda-feira (16) o especialista em saúde coreano-americano Jim Yong Kim como seu novo presidente, mantendo o controle de Washington sobre o posto e deixando os países em desenvolvimento a questionar o processo de seleção.

Kim, de 52 anos, derrotou a ministra das Finanças da Nigéria, Ngozi Okonjo-Iweala, com o apoio de aliados de Washington na Europa ocidental, do Japão, do Canadá e de algumas economias de mercado emergentes, como Rússia, México e Coreia do Sul. O Brasil havia anunciado pouco antes que decidira apoiar Okonjo-Iweala.

Diferentemente de decisões anteriores, não houve unanimidade. "Os candidatos finais receberam apoio de diferentes estados-membros, o que refletiu o alto calibre dos candidatos", disse o Bird sobre o anúncio de seu conselho.

Kim, presidente do Dartmouth College, assumirá o posto em 1º de julho, depois que o atual presidente, Robert Zoellinck, deixar o cargo.

Os Estados Unidos mantêm a presidência desde a fundação do Banco Mundial após a Segunda Guerra Mundial, enquanto um europeu sempre liderou o Fundo Monetário Internacional.

Quebrando o padrão

Diferentemente de outros presidentes do Banco Mundial, Kim não é político, banqueiro nem diplomata. Médico e antropólogo, já trabalhou para garantir acesso à saúde em países em desenvolvimento. Combateu tuberculose no Haiti e em Pequim. E ajudou a tratar de pacientes com HIV em prisões russas.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deu boas-vindas à escolha de Jim Yong Kim como presidente do Banco Mundial, dizendo-se satisfeito com a abertura e a transparência do processo de seleção.

"Agradeço o forte apoio dado ao Dr. Kim por líderes de todo o mundo", afirmou Obama em comunicado. Obama ainda elogiou o futuro presidente, que teve a candidatura proposta pelos EUA, por ser um líder inclusivo.

"Estou feliz de que este tenha sido um processo (de escolha) aberto e transparente, e eu gostaria de aproveitar a oportunidade para reconhecer as qualificações e o compromisso dos outros dois candidatos", completou Obama.

A disputa envolveu três candidatos até sexta-feira, quando o ex-ministro das Finanças da Colômbia José Antonio Ocampo retirou seu nome da corrida. Ele disse que o processo, que deveria ter como base as credenciais dos candidatos, tornou-se político.

O ministro das Finanças da África do Sul, Pravin Gordhan, comemorou o fato de não-americanos terem disputado o posto pela primeira vez, mas também afirmou haver preocupações de que o processo não tenha se baseado totalmente em mérito.

"Acho que vamos descobrir que o processo ficou aquém disso", disse Gordhan à Associação dos Correspondentes Estrangeiros na África do Sul, acrescentando que também houve "sérias preocupações" de que a decisão não contou com transparência.

O atual presidente Robert Zoellick disse que a base científica de Kim para se atingir resultados será de valor inestimável para o Bird e sua modernização.

Já o secretário britânico para desenvolvimento internacional, Andrew Mitchell, declarou que Kim já mostrou que pode liderar mudanças.

"Como primeiro desenvolvimento profissional para chefiar o Banco Mundial, a considerável experiência de Jim Kim será vital para levar adiante seu programa ambicioso de reforma e modernização", afirmou

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