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A presidente Dilma deixa o Palácio do Planalto sem anunciar os nomes dos novos ministros | Ailton de Freitas/Agência O Globo
A presidente Dilma deixa o Palácio do Planalto sem anunciar os nomes dos novos ministros| Foto: Ailton de Freitas/Agência O Globo

Contas públicas

Governo reduz meta de superávit primário para R$ 10,1 bilhões

Folhapress

A exatos 40 dias do final do ano, o governo Dilma Rousseff admitiu, na prática, que superestimou sua previsão de receitas e subestimou a de despesas – e deu dimensões mais precisas desse irrealismo fiscal. Divulgado ontem, o relatório bimestral da execução orçamentária projetou que a arrecadação de tributos e outras fontes de recursos somará R$ 1,046 trilhão em 2014. Até setembro, a área econômica previa um montante superior em R$ 38,4 bilhões.

Já a estimativa de despesas aumentou R$ 32,3 bilhões. A maior parte desse aumento veio de gastos obrigatórios e rotineiros, que normalmente são calculados com precisão. Só com seguro-desemprego e abono salarial, a previsão de desembolsos cresceu R$ 8,8 bilhões; com benefícios da Previdência Social, R$ 8,1 bilhões.

O déficit esperado do INSS foi elevado de R$ 40,6 bilhões para R$ 49,2 bilhões. No início do ano, a área econômica contestou a afirmação do Ministério da Previdência de que o buraco ficaria perto dos R$ 50 bilhões. Houve ainda elevação dos subsídios do Tesouro Nacional destinados a atenuar os reajustes das contas de luz, cujo custo subiu de R$ 9 bilhões para R$ 10,5 bilhões.

Com as novas projeções, o Executivo assume formalmente que não cumprirá a meta de poupar R$ 80,8 bilhões para o abatimento da dívida pública. No documento publicado, a poupança calculada é de R$ 10,1 bilhões – mas nem isso é certeza.

O governo enviou neste mês ao Congresso um projeto que sepulta oficialmente a meta.

O nome do economista Joaquim Levy, ex-integrante do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ganhou força para dirigir o Ministério da Fazenda e sua indicação chegou a ser dada como certa ontem nos corredores de Brasília. Mas, na última hora, o governo federal adiou o anúncio oficial, aguardado com ansiedade pelo mercado financeiro e pelos empresários. Pela composição especulada, o ex-secretário executivo da Fazenda Nelson Barbosa, que também é cotado para ocupar a vaga de Guido Mantega, deve assumir o Ministério do Planejamento. Junto com o atual presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, eles devem formar o núcleo duro da área econômica, segundo auxiliares da presidente Dilma Rousseff.

INFOGRÁFICO: Conheça os nomes especulados para a composição da equipe econômica no segundo mandato de Dilma

Nome bem visto pelo mercado, Joaquim Levy foi secretário do Tesouro Nacional na gestão do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, em um momento difícil da economia, quando o então presidente Lula assumiu a Presidência da República, em 2003. Levy foi um dos responsáveis pelo ajuste fiscal feito na época, que garantiu credibilidade ao novo governo e pôs as contas em dia.

Carioca e especialista em contas públicas, Levy foi chefe da assessoria econômica do Ministério do Planejamento na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Também foi subsecretário de Política Econômica da Fazenda e, em seguida, passou a secretário do Tesouro, cargo que deixou, três anos depois, para assumir a vice-presidência de Finanças e Administração do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). De lá, foi convidado para ser secretário da Fazenda do estado do Rio, no primeiro mandato do governador Sergio Cabral (PMDB).

Atualmente, Levy é o diretor-superintendente do Bradesco Asset Management (Bram). Foi designado para o cargo com a tarefa de consolidar o processo de internacionalização do Bram. O anúncio oficial da nova equipe econômica deve ocorrer apenas na segunda-feira.

Bolsa sobe

O principal índice da Bolsa brasileira disparou 5% ontem e fechou sua melhor semana em mais de cinco anos, após a revelação de que Joaquim Levy será o novo ministro da Fazenda e Nelson Barbosa o titular do Planejamento. O dólar voltou para a casa de R$ 2,51.

Analistas e economistas disseram que essa composição traz nomes mais próximos ao mercado e que a repercussão positiva é um sinal de aposta dos investidores no resgate da credibilidade do governo.

O Ibovespa subiu 5,02%, para 56.084 pontos. Foi a maior alta diária desde 9 de agosto de 2011, quando avançou 5,10%. O volume financeiro foi de R$ 12,359 bilhões, acima da média diária em novembro, de R$ 6,471 bilhões. Na semana, houve ganho de 8,33%, melhor desempenho semanal desde o período entre 4 e 8 de maio de 2009.

Ministros

A presidente Dilma Rousseff também teria convidado o senador Armando Monteiro (PTB-PE) para ocupar o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Aliados de Monteiro em Pernambuco, onde disputou o cargo de governador, informaram que ele aceitou o convite. Também circulou a informação de que a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) assumirá o comando do Ministério da Agricultura no segundo mandato de Dilma.

Barbosa

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