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O Daily, feito especialmente para o iPad, vende assinatura apenas pelo iTunes: Apple quer expandir o modelo para outras publicações que usam o tablet como plataforma |
O Daily, feito especialmente para o iPad, vende assinatura apenas pelo iTunes: Apple quer expandir o modelo para outras publicações que usam o tablet como plataforma| Foto:

HP lança tablet que usa sistema da Palm e tem suporte para Flash

A HP lançou ontem um tablet com webOS, sistema da Palm, empresa que adquiriu em abril de 2010. Chamado de TouchPad, o concorrente do iPad terá câmera frontal para videochamadas, tela de 9,7 polegadas e resolução de 1.024x768. Diferentemente do tablet da Apple, o navegador de internet do TouchPad terá suporte para Flash, complemento multimídia da Adobe usado em sites e em games on-line. Segundo a empresa, o TouchPad pesa 725 gramas e tem 13,7 mm de espessura.

Equipado com processador de núcleo duplo Snapdragon de 1,2 GHz, o tablet será vendido em versões com 16 gigaby­­tes ou 32 gigabytes de armazenamento. Um dos destaques do aparelho é o sistema multitarefa do webOS, chamado cards (cartões), que permite ver mi­­niaturas dos programas abertos e alternar rapidamente entre eles. A HP demonstrou ainda acessórios para o Touch­­Pad, como um suporte e um te­­clado físico.

"Alguns dos trabalhos da indústria mostram que temos muitos fãs do webOS", ironizou Jon Rubinstein, da HP, em referência velada ao PlayBook, tablet da RIM que tem elementos visuais similares aos do sistema da Palm. A HP adquiriu a Palm com vistas principalmente para o webOS. Usado em celulares da Palm, o sistema foi bem avaliado pela imprensa especializada, mas os aparelhos não tiveram boas vendas.

Folhapress

Jornais brasileiros e europeus começam, aos poucos, a oferecer versões para iPad de suas publicações. Em meio aos lançamentos, tentam evitar que se crie um monopólio da Apple para a venda das suas assinaturas no tablet mais popular do mundo até agora. A Associação Europeia de Editoras de Jornais (Enpa, na sigla em inglês) divulgou uma nota ontem na qual afirma que a venda tem de continuar sendo feita sem restrições. O texto é uma resposta a uma carta que a fabricante norte-americana enviou a jornais europeus na qual os proíbe de fornecer a seus assinantes da versão impressa o acesso ao conteúdo no iPad.

O temor da entidade – e do mercado em geral – é de que este seja um primeiro movimento da empresa, para depois obrigar que a venda do acesso seja feita exclusivamente pelo iTunes, a loja virtual da Apple. Isso já acontece com os aplicativos para produtos da marca – eles são vendidos exclusivamente por este canal, e a fabricante fica com 30% do valor do negócio.

A Apple não se pronunciou so­­bre o assunto, mas a polêmica foi reforçada após o lançamento do Daily, jornal da News Corp, de Ru­­pert Murdoch, feito com exclusividade para o iPad. A venda da assinatura (US$ 0,99 por semana, cerca de R$ 1,60) é feita apenas pelo iTunes.

A Enpa, que representa 5,2 mil jornais em 25 países, diz que isso traria prejuízo para os jornais. Tanto no Brasil como na Europa, os veículos reclamam, por exemplo, da impossibilidade de vender pacotes com versões impressa e eletrônica, caso a restrição seja confirmada. O coordenador do comitê de estratégias digitais da Associação Nacional do Jornais (ANJ), Silvio Genesini, que também é diretor-presidente do Grupo Estado, defende que cada veículo tenha liberdade para vender a assinatura dentro e fora do iTunes, e cita como exemplo a revista semanal Veja: a assinatura anual pode ser comprada diretamente com a Editora Abril, mas o exemplar semanal é vendido na loja da Apple.

Base de dados

"Queremos ter a possibilidade de ‘empacotar’ os nossos vários canais, vendendo versões impressas e digitais em conjunto, por exemplo, com um preço mais adequado. É uma forma de reconhecer quem nos prestigia em mais de um meio, oferecendo benefícios", diz Genesini. Outra preocupação dos jornais diz respeito ao acesso às informações de seus assinantes – que poderiam ficar restritas à Apple. Para o coordenador da ANJ, é fundamental que os veículos tenham o controle da sua base de dados, para que saibam quem são seus assinantes e possam atendê-los de maneira mais adequada. "Não podemos permitir que alguém ligue para o nosso call center e não tenhamos a informação de que ele é assinante da versão para o iPad", explica.

Para a diretora de jornalismo da Gazeta do Povo, Sandra Gonçalves, a exclusividade tiraria a liberdade de escolha, benéfica para a sociedade e necessária para que os jornais avancem em seus múltiplos canais. O jornal vai oferecer, a partir da próxima semana, uma versão para iPad, com venda avulsa feita pela loja da Apple. O grupo ainda estuda como será feita a assinatura mensal. "Este é um mo­­ment­­o em que a indústria precisa pensar e agir coletivamente. Essá é uma discussão que já deveria ter começado lá atrás, para não repetirmos os mesmos problemas que tivemos com a internet", diz a diretora.

Uma das principais discussões em relação à internet diz respeito à cobrança pelo conteúdo. Os jornais ainda não encontraram um caminho economicamente viável na rede mundial de computadores. Na visão dos diretores da Gazeta do Povo e do Grupo Estado, no entanto, essa negociação será mais fácil no iPad. "Estamos ainda na pré-história do que vão ser os tablets no futuro. Mas já começamos em uma direção boa, com o usuário se acostumando a pagar por conteúdo. O iPad traz serviços e facilidades agregadas, como a mobilidade e a hierarquia de informações. Me parece que o leitor entende isso e está mais disposto a pagar por essas vantagens", completa Sandra.

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