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Rio de Janeiro – O mercado de telefonia fixa no Brasil está estagnado há alguns anos. O total de linhas instaladas no país era, em 2006, de 51,1 milhões, contra 100 milhões de telefones móveis em operação. A densidade de linhas em relação ao número de habitantes está em 27,2%. Este é o número total de linhas instaladas, mas apenas 20,8% estavam funcionando em 2006. Ou seja, a maioria absoluta da população não tem acesso a telefone fixos. A saída? O celular ou a convergência fixo-móvel, como as operadoras estão tentando fazer.

Nos quatro anos que se seguiram à privatização do Sistema Telebrás (em 1998), o número de assinantes de serviços fixos de telefonia no Brasil pulou de 20 milhões para 37,4 milhões. O problema é que desde então o número ficou quase o mesmo – não passou de 39 milhões desde 2002. A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada em setembro do ano passado, mostrou que o número de residências que só tinham telefone celular era maior do que o de casas apenas com telefone fixo.

Para Andre Kischinevsky, diretor do Instituto e Faculdade Infnet e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a internet no futuro será onipresente e seu uso será totalmente integrado ao ser humano. E a rede de computadores é sinônimo de comunicação e de troca de informações, em qualquer formato. Nesse cenário, não serão necessários hardwares diferentes para tipos específicos de comunicação. Não haverá um aparelho para comunicação por voz, outro para enviar mensagens e assim por diante. "Simplesmente nos faremos ouvir, perto ou longe, por quem desejarmos. O próprio conceito de telefonia se tornará pouco claro, irrelevante, absorvido por um conceito mais amplo de comunicação. A troca de palavras se dará pela rede, naturalmente", diz.

Sobre o relógio, Kischinevsky afirma que todo tipo de objeto cuja única função é nos dar uma informação também desaparecerá, sendo substituído por gadgets virtuais. "Se a utilidade do relógio é nos informar a hora, em um mundo onde temos objetos virtuais à nossa volta, não precisamos dele. Um relógio virtual, ou seja, um software que podemos enxergar como um relógio, é mais barato e mais preciso, não quebra e não é perdido. E, sim, também pode ser usado como um adereço, um enfeite, desde que os outros possam ver."

Mas será que o mercado de relógios está sentindo o baque da concorrência dos celulares, assim como o de telefones fixos? De acordo com estudo da consultoria americana Packaged Facts, conduzida pelo especialista Timothy Dowd, as vendas de relógios nos Estados Unidos começaram a cair de forma considerável no ano de 2005 – 4,9% em comparação com 2004. Segundo Dowd, a queda é explicável pela quantidade de equipamentos capazes de informar a hora. "Tenho doze fontes de hora ao meu redor e nenhuma delas é um relógio", disse ele.

O consumo de relógios ainda tem a ver com moda, mas também com faixa etária. Pesquisas indicam que entre os jovens o índice de abandono já é alarmante para a indústria: os mais "descolados" estariam trocando o relógio convencional por iPods e celulares. O número de pessoas que adquiriu relógios no ano de 2005 caiu 12% em relação a 2004. Só a Fossil, uma das favoritas dos jovens americanos, registrou 18% de queda em suas vendas de atacado no ano de 2006. Já a Oakley somou 11% menos relógios vendidos, ainda mais depois que retirou do mercado seus modelos digitais.

Ainda segundo um estudo realizado pelo NPD Group, cresceu de 48% para 59% o percentual de jovens que afirmam nunca ter usado um relógio de pulso. Pior: 82% dos entrevistados disseram que não pretendiam comprar relógios de pulso nos próximos seis meses. O resultado foi tão negativo para a indústria de relógios que o Piper Jaffray, banco de investimentos que bancou o estudo, passou a classificar as ações da Fossil de "neutra" para "cautelosa".

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