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Alimentos e bebidas tiveram a maior variação de junho. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Alimentos e bebidas tiveram a maior variação de junho.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A mobilização dos caminhoneiros que paralisou o Brasil fez subir a inflação de junho, apontou o IBGE na manhã desta sexta-feira (6). O IPCA, índice oficial de inflação no país, teve alta de 1,26%, na maior alta para o mês de junho desde 1995. Considerando todos os meses, foi o maior índice desde janeiro de 2016. Em maio, a inflação havia sido de 0,4%.

O IPCA-15, que é uma prévia da inflação oficial, já havia apontado tendência de alta do indicador de junho. Pesquisas das agências Reuters e Bloomberg apontavam que a expectativa de analistas era de alta de 1,28%.

A paralisação de caminhoneiros começou dia 21 de maio e durou 11 dias. Bloqueios em estradas do país levaram ao desabastecimento de alimentos e combustíveis.

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O grupo de alimentos e bebidas teve a maior variação, de 2,03% em junho, na esteira do aumento de preços observado em razão da escassez de produtos nas prateleiras. O leite longa vida, que teve alta de 15,63%, e o frango inteiro, que variou em 8,02%, registraram fortes altas em junho.

A batata-inglesa, que disparou de preço nos principais centros de distribuição do país, teve alta de 17,16% em junho, após aumento de 17,51% em maio. Carnes bovinas ficaram 4,60% mais caras no período. Segundo o IBGE, desde janeiro deste ano que o grupo alimentos e bebidas não registrava alta superior a 2%.

Como muitos alimentos ficaram retidos em bloqueios nas principais estradas dos país, centros de distribuição e supermercados ficaram sem produtos importantes da cesta básica do brasileiro. Após o fim da paralisação, houve uma corrida dos consumidores aos mercados, o que postergou por alguns dias a volta à normalidade no abastecimento.

Entre os nove grupos de bens e serviços investigados pelo IBGE, apenas dois não tiveram alta no período: vestuário e comunicação. Habitação (2,48%), transportes (1,58%) e alimentos (2,03%) respondem por cerca de 60% das despesas das famílias e sua variação puxou para cima o índice de junho.

Combustível

Além da alimentação, a mobilização de caminhoneiros também teve impacto no segmento de transportes, mais precisamente nos combustíveis. A gasolina subiu 5% em junho, enquanto o etanol teve alta de 4,22%. Houve quedas, contudo, no diesel (-5,66%) e nas passagens aéreas (2,05%), mas sem força para reverter as altas da gasolina e do álcool.

O diesel caiu em razão do esforço do governo federal em controlar os preços. Após conceder benefícios fiscais, o governo colocou a Agência Nacional do Petróleo (ANP) para fiscalizar se os postos estão repassando ao consumidor final o resultado das medidas para fazer cair o preço do diesel. A gasolina, que teve altas congeladas em meio à paralisação, voltou a subir em junho.

O gás encanado aumentou 2,37% e o de botijão, 4,08%. O motivo para o aumento do gás de botijão foi que houve falta do produto durante os protestos de caminhoneiros. Quando a mobilização foi encerrada, consumidores protagonizaram uma corrida aos postos de distribuição, o que estendeu por ainda mais alguns dias os efeitos do desabastecimento, pressionando os preços para cima.

O IBGE já havia indicado que apesar de os protestos dos caminhoneiros terem começado em maio, a inflação de junho também seria afetada.

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Outros segmentos sofreram impactos sem relação com a paralisação de caminhoneiros, caso da energia elétrica, que subiu 7,93% em razão da mudança da bandeira tarifária e da redução do nível de alguns reservatórios de hidrelétricas no país.

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