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Brasília (Folhapress) – O Banco Central (BC) continuará a atuar de forma cautelosa para alcançar a meta de inflação estipulada para este ano, mas ressalta que a taxa real de juros – descontada a inflação – irá cair de forma "natural" e "cautelosa". A informação faz parte da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada entre os dias 22 e 23 de novembro, que reduziu a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) de 19% para 18,5% ao ano. "O Copom avalia que a atuação cautelosa da política monetária tem sido fundamental para aumentar a probabilidade de convergência da inflação para a trajetória de metas", informa o documento divulgado ontem.

Com a queda de 1,2% no Produto Interno Bruto (PIB), anunciada na quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), criou-se no mercado a expectativa de que o BC poderia acelerar a queda dos juros – nas últimas duas reuniões, os cortes foram de 0,5 ponto porcentual.

A posição cautelosa é justificada pelo fato da projeção de inflação estar acima da meta estipulada para o ano – considerando uma taxa Selic de 19% ao ano e o dólar a R$ 2,20. Essa elevação da expectativa, segundo o Copom, deve-se à "supresa inflacionária de outubro". Neste ano a meta de inflação é de 5,1%, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE). Para 2006, o objetivo é 4,5%.

O aumento da inflação registrado em outubro (0,75%, contra 0,35% de setembro) é efeito do reajuste dos preços da gasolina ocorridos no início do mês anterior. Por isso, o Copom prevê que ainda haverá reflexos desse aumento nos indicadores de inflação a serem divulgados nas próximas semanas, mas que não haverá contaminação no longo prazo.

Na ata divulgada ontem, o Copom fez uma pequena elevação em sua previsão de reajuste para os combustíveis em 2005. A projeção passou de 7,5% para 7,6%. O ajuste ocorre mesmo com a volta dos preços do petróleo aos níveis praticados no início do ano.

Para o Copom, a atividade econômica deve se recuperar os próximos meses e continuar em expansão. No entanto, esse crescimento será condizente com a oferta e por isso não causará pressões inflacionárias.

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