A proposta da VarigLog, ex-subsidiária da Varig, para a compra da companhia aérea deve ser submetida nesta segunda-feira à apreciação do juiz Luis Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pelo processo de recuperação judicial da empresa. A ex-subsidiária ofereceu US$ 350 milhões no início deste mês pela Varig, elevando esse valor para US$ 400 milhões na última semana.
Ayoub também deve analisar a liminar concedida na semana passada pela Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro a entidade Trabalhadores do Grupo Varig (TGV). No recurso, está prevista a criação de uma filial da Varig que ficaria com a parte operacional da empresa, de maneira a gerar lucro e valor de mercado para a companhia. O plano de recuperação judicial da Varig, aprovado em dezembro de 2005, prevê a estruturação de uma filial da companhia, que seria alienada pelo melhor preço em leilão judicial.
Caso o juiz dê seu aval a uma ou a ambas as propostas, elas serão submetidas à aprovação dos credores, em assembléia em data ainda a ser marcada. No fim de semana, Ayoub, que está conduzindo o processo de reestruturação, sinalizou que não tomará decisão precipitada e que deve esgotar todas as possibilidades para tirar a empresa da crise.
O coordenador do TGV, comandante Márcio Marsillac, manifestou em entrevista no domingo a disposição de os trabalhadores não aceitarem a nova proposta da VarigLog.
- Se essa proposta estiver estruturada como a primeira, também será inaceitável, porque há um erro muito grande ao se dizer que a VarigLog está oferecendo US$ 400 milhões para comprar a Varig - disse.
De acordo com Marsillac, a proposta da VarigLog pode ser comparada à oferta feita por um imóvel avaliado em US$ 350 milhões, pelo qual se pagaria US$ 50 milhões em dinheiro vivo, gastando o restante em obras.
Na avaliação dele, isso significa que todos os credores teriam US$ 50 milhões a dividir, enquanto o restante seria investido na própria VarigLog.
- É, na verdade, um calote em todos os credores da Varig atual - afirmou, acrescentando que, se for mantida essa estrutura na oferta atual, os funcionários não aceitarão a proposta.
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