Justiça determina fim das atividades da malharia Sulfabril

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A Justiça de Santa Catarina determinou o encerramento das atividades da Sulfabril, tradicional marca do setor têxtil que está em processo de falência desde 1999.

A decisão foi tomada devido à situação financeira da empresa e ocorre uma semana após um leilão de sua última fábrica, em Blumenau (a 129 km de Florianópolis), não atrair nenhum interessado. A indústria ainda se mantinha ativa e possuía cerca de 700 empregados, que já começaram a ser demitidos.

Desde a declaração de falência, a companhia era administrada por um síndico indicado pela Justiça. Neste ano, a empresa vendeu unidades para pagar dívidas estimadas em mais de R$ 100 milhões. Nesta sexta (12), mais um conjunto de imóveis vai a leilão em Blumenau.

Com a decisão de encerramento das atividades, expedida na terça-feira (9), a companhia já parou de produzir, de acordo com o síndico, Celso Mário Zipf. A maioria dos funcionários deve ter os contratos rescindidos até o fim da semana que vem. Ele afirma que as verbas de rescisão serão pagas normalmente.

"Não havia outra alternativa. Os fornecedores já tinham até começado a restringir matéria-prima, o que dificultou mais ainda", disse.

Um dos argumentos usados na Justiça para o encerramento das atividades foi a perspectiva ruim da economia nacional para 2015.

Credores

Ainda não está definido o que acontecerá com os credores. Novas tentativas de venda da última fábrica e da marca da empresa devem ser realizadas para levantar recursos.A juíza responsável pelo caso, Quitéria Peres, vai se reunir nesta sexta (12) com credores, incluindo ex-funcionários, para discutir o assunto. Ela afirmou que, se a empresa continuasse operando, a situação financeira poderia se agravar ainda mais e causar mais prejuízos aos envolvidos.

Produção

Segundo o atual administrador, a indústria ainda fabricava 400 mil peças de vestuário por mês. A ideia original era manter a atividade para obter recursos e viabilizar a recuperação da empresa. Em 2013, no entanto, o prejuízo acumulado pela companhia foi de R$ 13,8 milhões. A família proprietária estava afastada da administração desde 1999.

Nos anos 1970 e 80, a Sulfabril foi uma das principais marca de vestuário do país e se tornou conhecida devido a um grande investimento em publicidade. No auge, possuía 5.000 empregados e destinava parte de sua produção para o mercado externo.