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A Justiça Federal de Goiás acatou o pedido do Ministério Público Federal (MPF) e determinou o bloqueio dos bens da Embrasystem – conhecida pelo nome fantasia BBom – sob a alegação de que o negócio se trata de um esquema de pirâmide financeira.

A avaliação do tribunal é que a comercialização de rastreadores veiculares esconde um esquema financeiro ilegal, no qual o objetivo principal é angariar novos adeptos ao esquema.

Entre os bens bloqueados, estão mais de cem veículos – alguns de luxo, como Ferrari, Lamborghini e Mercedes-Benz –, além de R$ 300 milhões em contas bancárias do grupo. De acordo com o procurador da República Helio Telho, antes da criação do BBom, a Embrasystem não movimentava mais do que R$ 300 mil por ano e, em pouco mais de seis meses de esquema, o fluxo financeiro do grupo se multiplicou por 30. "Os bens provavelmente seriam repassados aos vendedores como forma de prêmio", afirma.

Sem registro

A BBom alega ser uma empresa que vende rastreadores de veículos por meio do chamado marketing multinível, em que, além de vender produtos, os colaboradores da empresa buscam novos adeptos da marca para que passem a revender seu material.

O MPF, no entanto, afirma que, no caso da BBom, o negócio mascarava a fraude. Os interessados associavam-se pagando uma taxa de cadastro de R$ 60 e um valor de adesão, entre R$ 600 e R$ 3 mil, ficando obrigados a atrair novos associados e a pagar uma taxa mensal obrigatória de R$ 80 ao longo de 36 meses. O mecanismo de bonificação aos associados era calculado sobre as adesões de novos participantes. Quanto mais gente era trazida para a rede, maior era a premiação prometida. Os rastreadores da marca também não são autorizados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Defesa

Em nota, a empresa rebate as acusações e diz que o equipamento é homologado pela agência, mas em nome do fabricante do produto e não da BBom, que seria apenas a revendedora. A companhia também alega que "suas ações são legítimas e sedimentadas dentro dos conceitos mundiais adotados pelo marketing multinível". No comunicado, a BBom informa que vai pedir a cassação da decisão de bloqueio das contas e bens da empresa.

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