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Lacres foram retirados por volta das 2 horas desta sexta-feira, segundo a Appa | Agência Estadual de Notícias
Lacres foram retirados por volta das 2 horas desta sexta-feira, segundo a Appa| Foto: Agência Estadual de Notícias

Desacordo

André Luckman, Heliberton Cesca e Vanessa Prateano

Os pontos principais do acordo com o Ibama que o Porto de Paranaguá deixou de cumprir:

Plano de contingência - É preciso que o porto tenha um plano para conter emergências. Essa estratégia deve ser "condizente com o tamanho do porto e com a relevância biológica da Baía de Paranaguá".

Crescimento - O porto deve apresentar planos de crescimento estrutural. A estrutura precisa ser "condizente com o crescimento econômico brasileiro".

Sedimentação - Apresentação da análise dos sedimentos que são depositados no mar a todo momento, com a movimentação dos navios. Além disso, o terminal deve recolher esses sedimentos (que contém metais) e depositá-los em lugar seguro para o meio ambiente.

Segurança - De acordo com o Ibama, a dragagem do Canal da Galheta, que dá acesso marítimo à Baía de Paranaguá, está defasada e o risco de acidentes é iminente, o que pode causar vazamentos.

Liminar suspendeu o fechamento do Porto de Paranaguá, que paralisou as atividades por ordem do Ibama por apenas 12 horas

A Justiça Federal concedeu liminar à Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), na madrugada desta sexta-feira (9), suspendendo a interdição às atividades do Porto de Paranaguá e do Porto de Antonina, que havia sido determinada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) na quinta-feira (8). A liminar foi concedida pelo juiz federal de Paranaguá Marcos Josegrei da Silva.

O Ibama havia determinado o embargo dos portos na quinta-feira porque os terminais descumpriram a legislação ambiental e não tinham um plano de contingência - plano para conter emergências. Por causa das irregularidades, o Ibama também aplicou uma multa de R$ 4,8 milhões à Appa. O Porto de Paranaguá é o segundo maior do país.

A liminar determinou que o Ibama retirasse os lacres dos navios e dos equipamentos de forma imediata. E, se o órgão ambiental não tomasse essas providências, a Appa poderia retirar os lacres, de acordo com a Agência Estadual de Notícias, órgão oficial de comunicação do governo do Paraná.

A assessoria de imprensa da Appa informou que os lacres foram retirados durante a madrugada, por volta das 2 horas, e que os portos funcionavam normalmente na manhã nesta sexta-feira.

Doze navios estavam atracados no Porto de Paranaguá nesta sexta-feira (9), segundo a assessoria de imprensa da Appa. Outros 49 navios estavam programados para passar pelo terminal ao longo dessa sexta-feira. Além disso, 26 navios devem passar pelo porto nas próximas 48 horas.

O embargo começou por volta das 17 horas da quinta-feira e havia paralisado as operações de 13 navios. Segundo a Appa, não houve prejuízos com relação ao transporte de cargas durante a interdição. Estava garoando na noite de quinta-feira (8) e na madrugada de sexta-feira (9) e nessas condições as atividades, normalmente, são suspensas.

O juiz também determinou na liminar que a Appa apresente um cronograma para regularizar os problemas citados pelo Ibama. O cronograma deve ser apresentado em 30 dias e terá que estar de acordo com o que determina o órgão ambiental.

A assessoria de imprensa da Appa não soube informar se a multa de R$ 4,8 milhões também foi suspensa.

Uma ação semelhante ocorreu no Porto de Santos na quarta-feira. A interdição e a multa foram suspensas pelo Ibama três horas depois.

A Constituição e uma lei federal obrigam os portos do país a ter licenciamento ambiental emitido pelo Ibama. O Porto de Paranaguá, entretanto, ainda não obteve essa autorização. Relembre dez capítulos desse imbróglio.

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