A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, alertou na noite de sexta-feira (6) que a capacidade da Grécia de honrar pagamentos e sua permanência no Euro, a moeda única europeia, não estão garantidos, apesar dos esforços do governo em cortar gastos. Esse foi o tom da entrevista concedida ao canal de televisão americano CBS, que será exibida na noite de domingo.
Segundo jornal grego "Kathimerini", Lagarde declarou que ainda não é seguro esperar que a Grécia escape de um calote total da dívida ou deixe de ser obrigada a deixar a União Europeia e a zona do euro. Os comentários da chefe do FMI soaram como um grave alerta para os partidos políticos da Grécia que vão enfrentar eleições em maio. Uma mudança no Parlamento grego pode colocar em risco o cumprimento dos cortes de gastos - exigidos pela União Europeia, pelo Banco Central Europeu e pelo FMI para a liberação dos empréstimos bilionários de resgate às finanças do país.
Em outro episódio preocupante para os gregos, o diretor de relações externas do FMI, Gerry Rice, disse que é preciso renovar as promessas dos principais partidos da Grécia, o socialista Pasok e o conservador Nova Democracia, de que serão cumpridas as condições impostas pelos credores internacionais para a liberação do segundo pacote de resgate do país.
O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, também foi entrevistado pela CBS e disse que os gregos procuravam um "bode expiatório" ao culpar a Alemanha pela crise do país. A Alemanha teve um papel dominante na definição dos cortes de gastos do programa de austeridade imposto à Grécia. "Quando países inteiros vivem acima das suas possibilidades e são obrigados a adotar austeridade, é lógico que vão culpar os outros", disse o ministro alemão.
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