A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse ontem que o Brasil tem condições para enfrentar a crise financeira internacional. Em entrevista após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ela afirmou que o país está "bem imune e bem protegido" dos efeitos de contaminação da economia gerados pela crise.
Uma das razões para a situação confortável, segundo ela, é que o Brasil tem um sistema financeiro "bastante capitalizado e sólido". Lagarde também elogiou a política macroeconômica brasileira e o tripé composto pelo câmbio flutuante, sistema de metas de inflação e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). "Devido a esse coquetel, o Brasil está sólido e pode resistir bem à crise", disse.
Segundo ela, os encontros com as autoridades brasileiras têm como objetivo discutir e analisar a situação global e, mais importante, avaliar os efeitos da crise financeira internacional. Sobre o tema, disse que "há expectativa de que os parceiros europeus vão montar um conjunto de ações fortes e resilientes para tratar da crise".
Grécia
As autoridades do FMI farão uma reunião na segunda-feira para discutir se a Grécia está cumprindo as medidas necessárias para a liberação da próxima parcela de auxílio financeiro, afirmou Gerry Rice, porta-voz do fundo. Ele acrescentou que o FMI não modificou os objetivos impostos à Grécia e defendeu que os impactos negativos da austeridade fiscal adotada pelo país sejam transmitidos para todas as camadas socioeconômicas.
Rice disse comentou a proposta de que o Banco Central Europeu (BCE) empreste dinheiro ao FMI, que em troca ofereceria financiamento para países em dificuldade. Para ele, a alternativa seria legal, já que os bancos centrais podem emprestar dinheiro para o fundo, mas que não há discussões no momento sobre essa possibilidade.
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