A possível candidatura da ministra das Finanças francesa, Christine Lagarde, para liderar o Fundo Monetário Internacional (FMI) ganhou força no domingo quando um aliado próximo do presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse que ela já tinha o apoio de vários países.
O ministro do Interior, Claude Gueant, ex-chefe de gabinete de Sarkozy e um de seus principais assessores nos últimos quatro anos, disse que Lagarde seria uma excelente chefe da entidade sediada em Washington, convertendo-se assim no primeiro ministro francês a promover abertamente sua colega.
A corrida pela liderança do FMI começou na quinta-feira, num momento crucial para a crise de dívida da Europa e a frágil recuperação global, quando o francês Dominique Strauss-Kahn renunciou ao cargo após ser preso por acusações de tentativa de estupro em Nova York.
Strauss-Kahn, bem cotado candidato para as eleições presidenciais francesas até sua prisão, negou as acusações. Sua saída deu início a um jogo de cabo de guerra entre a Europa e as economias emergentes, que defendem que é o momento de encerrar os 65 anos de domínio europeu no cargo.
"Espero que seja um europeu e Christine Lagarde obviamente tem todas as qualidades para ser uma excelente diretora do FMI. E além disso, muitos países a apoiam", disse Gueant à rádio Europe 1.
Discussão na cúpula do G8
Embora a ida de Lagarde a Washington tiraria de Sarkozy uma ministra carismática um ano antes das eleições presidenciais na França, ela seria uma poderosa aliada à presidência francesa do Grupos das 20 economias desenvolvidas e emergentes (G20) e nas conversações da crise da dívida na zona do euro.
Enquanto o FMI começará a aceitar indicações a partir de segunda-feira, as potências europeias já começaram a defender um candidato regional, e disseram que é crucial que o próximo diretor-gerente tenha conhecimentos sobre a Europa, onde a entidade está fortemente envolvida.
No sábado, o ministro das Finanças britânico, George Osborne, disse que Lagarde, de 55 anos, era uma "candidata excelente", e a chanceler alemã, Angela Merkel, a chamou de uma "figura de excelente prestígio" e experiente.
O apoio das três maiores economias da região parece garantir a Lagarde a indicação europeia. A ministra apenas precisaria do apoio dos Estados Unidos para chegar ao cargo máximo do FMI.
Espera-se que os líderes do G8 discutam a substituição de Strauss-Kahn na próxima semana, durante uma cúpula em Deauville, na França, mas ainda não está claro se haverá um anúncio formal.
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