A ministra de Finanças da França, Christine Lagarde, afirmou nesta quinta-feira (26) que está preparada para visitar a China no próximo domingo, como parte de um esforço para obter amplo apoio para sua candidatura ao cargo de diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI). Christine disse ainda que pretende visitar o Brasil e a Índia. "China, Brasil e Índia são uma necessidade absoluta", afirmou.
Um dia depois de anunciar formalmente sua candidatura, Christine disse que está em busca de amplo apoio e não apenas de suporte da Europa. "Certamente preferiria ser endossada por uma grande maioria, em vez de ser a candidata da Europa empurrada pelos europeus", declarou. Se conseguir o cargo, ela disse que quer provar sua independência do governo francês logo no começo de seu mandato. A ministra também começou a delinear suas prioridades caso assuma a direção do FMI.
Ela afirmou que vai continuar dando apoio para um maior equilíbrio nos direitos de voto dentro do fundo para ter certeza de que grandes países populosos, como a Indonésia, sejam mais bem representados. "Nós precisamos continuar melhorando a governança do fundo. É uma instituição que tem se adaptado e deve se adaptar ao restante do mundo", afirmou. "Há países muito pequenos com um peso como o da Indonésia, por exemplo. Com respeito a isso, o fundo precisa mudar."
Christine observou que uma das principais prioridades do FMI deve ser fornecer apoio aos países do norte da África e do Oriente Médio, onde regimes autoritários estão sendo derrubados por uma onda de revoltas populares. A ministra acrescentou que, sobre a questão do reequilíbrio das moedas, a posição que a França vem tomando como líder do G-20 - a de não incentivar a acumulação de reservas - é uma "boa proposta".
Com relação à crise europeia, reiterou que a posição da França sobre uma possível reestruturação da dívida da Grécia é de que isso "está fora de questão". Caso seja escolhida para o cargo, ela irá herdar uma instituição profundamente traumatizada por escândalos sexuais - como o que provocou a renúncia de Dominique Strauss-Kahn ao cargo de diretor-gerente. Mas a ministra afirmou que vai impedir que sua campanha seja tomada por esse assunto. "A última coisa que a instituição precisa é de qualquer tipo de campanha ou declaração que seja baseada nisso."
Christine destacou que sua candidatura não deve ser vista sob o prisma da sua nacionalidade e que ela espera ser julgada com base em seu histórico. A ministra afirmou que seu estilo de administração tem origem em alguns princípios fundamentais: "ser responsável, ser honesta e os outros dois pilares são respeito e tolerância". "O mero fato de uma mulher estar no topo de uma organização é realmente um conforto", disse.
-
Desoneração da folha coloca Pacheco na encruzilhada entre apoiar ou enfrentar o governo
-
Na Agrishow, Bolsonaro destaca legado, agradece Pix e cita herdeiros na política
-
TSE lança ofensiva contra a liberdade de expressão para período eleitoral; acompanhe o Sem Rodeios
-
Bancada da segurança articula urgência para PL que autoriza estados a legislar sobre armas
Contas de Lula, EUA e mais: as razões que podem fazer o BC frear a queda dos juros
Muita energia… na política: ministro ganha poder com agenda ao gosto de Lula
Bônus para juízes, proposto por Pacheco, amplia gasto recorde do Brasil com o Judiciário
Quais impostos subiram desde o início do governo Lula e o que mais vem por aí
Deixe sua opinião