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Vertedouro aberto em Itaipu: fenômeno influenciado pelas fortes chuvas. | Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional
Vertedouro aberto em Itaipu: fenômeno influenciado pelas fortes chuvas.| Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional

A represa paraguaio-brasileira de Itaipu, erguida no rio Paraná, tenta controlar o imenso volume de água deixado pelas chuvas atribuídas ao fenômeno El Niño, que inundaram Paraguai, Argentina e Brasil, prejudicando cerca de 170.000 pessoas.

Os técnicos da hidrelétrica localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai vivem dias difíceis com as chuvas torrenciais que desde a semana passada afetam a zona e que apenas no lado paraguaio deixaram seis mortos.

“Esta central elétrica não tem uma capacidade de armazenamento em seu reservatório”, informou o diretor técnico paraguaio da usina, José Sánchez Tillería.

Segundo o técnico, “todo o excedente de água acumulada que não podemos turbinar é descarregado para fora, a fim de mantermos igual o nível do reservatório de águas acima”, explicou.

Com 20 unidades geradoras e 14.000 megawatts, Itaipu é considerada líder mundial em produção de energia limpa e renovável. Atende 77% das necessidades de energia do Paraguai e 17% do Brasil.

O funcionário admitiu que a descarga no reservatório, um espetáculo à parte para os turistas, não é habitual. “Isso ocorre em períodos não diria extraordinários, mas sim em períodos de alta afluência, como é este momento que vivemos sob efeito do fenômeno climático do El Niño.”

Debaixo d’água

O drama atual das inundações que afeta toda a chamada floresta do Paraná e Missões que abarca os territórios de Brasil (especialmente os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), Paraguai, parte da Argentina e do Uruguai, em seus territórios banhados pelos rios Paraná, Iguaçu, Paraguai e Uruguai.

A escassos quilômetros antes da confluência com o Paraná, no rio Iguaçu - 16 km abaixo da central elétrica - estão as imponentes Cataratas do Iguaçu, consideradas uma das maravilhas do mundo.

As chuvas não param e as inundações levaram à formação de redes de solidariedade com o milhares de vítimas. Entre eles estão dezenas de famílias ribeirinhas que moram abaixo da barragem.

A hidrelétrica não corre perigo. Desde que a construção começou em 1974, consumiu 12,3 milhões de metros cúbicos de concreto, enquanto o ferro e o aço utilizados permitiriam construir 380 torres Eiffel, compara Sánchez Tilleria.

Com a participação de engenheiros da Europa, Estados Unidos e Japão, a represa de Itaipu - cuja altura equivale a um prédio de 65 andares - foi construída por 40.000 trabalhadores ao longo de um período de sete anos, removendo e extraindo mais de 50 milhões de toneladas de terra e rochas basálticas.

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