A crise hídrica e a necessidade de garantir o abastecimento de energia do Brasil levaram o governo a buscar uma alternativa inédita para ampliar a capacidade de geração do setor elétrico. O Ministério de Minas e Energia (MME) trabalha em um plano para transformar os maiores reservatórios de hidrelétricas do país em grandes “fazendas” de painéis solares.
3.º empréstimo
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica aprovou nesta quarta (25) a contratação de um terceiro empréstimo bancário no qual serão captados R$ 3,4 bilhões para cobrir mais um rombo no caixa das distribuidoras de energia.
A proposta é espalhar milhares de metros quadrados de boias com painéis solares sobre o espelho d’água das usinas. Já que as turbinas não podem entregar um grande volume de energia por causa da escassez de água, que o reforço na geração venha pela luz do sol, recurso que fica ainda mais intenso durante o período seco.
Escassez de água e luz fomenta negócios
Risco de colapso no abastecimento inspira soluções tecnológicas, de gestão, serviços e produtos para ajudar o mercado
Leia a matéria completaCálculos já feitos por técnicos do ministério apontaram que o uso desses flutuadores solares sobre os reservatórios pode acrescentar ao parque nacional de energia até 15 mil megawatts (MW) de potência, volume superior à capacidade máxima que será entregue pelas hidrelétricas de Belo Monte e Jirau, em construção na Amazônia.
O plano foi confirmado à reportagem pelo ministro do MME, Eduardo Braga. “Estamos com muita expectativa em relação a esse projeto. Se o experimento der certo, já temos todo o sistema pronto para escoar essa energia”, disse.
Duas grandes barragens controladas por estatais da Eletrobras já foram escolhidas para estrear o plano. No Rio São Francisco, na Bahia, o alvo é o lago de Sobradinho, que é o maior do país em área alagada. No Amazonas, os painéis serão instalados na barragem de Balbina, hidrelétrica que gera pouquíssima energia por meio de suas turbinas, mas que também é dona de um dos maiores lagos artificiais do Brasil. A partir das represas dessas hidrelétricas, os painéis flutuantes serão conectados diretamente às subestações de energia das usinas, o que simplifica o processo e reduz custos.
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