Genebra O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, advertiu ontem que será "fatal" se os Estados Unidos, a União Européia (UE), a Índia e o Brasil não desempenharem o "papel construtivo" que se espera deles nas próximas semanas de negociações da Rodada Doha.
O fracasso há duas semanas da última reunião entre as partes, que formam o G4, "foi uma má notícia, mas pode ser ainda pior se esses membros não desempenharem agora um papel construtivo nas negociações multilaterais, que entram em uma etapa crucial", alertou Lamy.
Em discurso no Conselho Econômico e Social (Ecosoc) da Organização nas Nações Unidas (ONU), que começou ontem em Genebra, o responsável da OMC disse que as negociações da Rodada Doha estão em "uma encruzilhada que pode levar ao sucesso ou derivar lentamente em um profundo congelamento".
Esse ciclo de negociações comerciais começou em 2001 e sua conclusão foi adiada, devido à incapacidade das principais potências negociadoras em aproximar suas posições em assuntos-chave, como o grau de liberalização do setor agrícola e a abertura dos mercados industriais e de serviços.
Os 150 países-membros têm agora até o final do mês para conseguir um avanço concreto das negociações, antes que a OMC entre em seu recesso anual durante o mês de agosto, pois considera-se que só assim seria possível guardar a esperança de avançar o suficiente e concluir o processo no final de 2007.
Lamy enfatizou que, para cumprir esse objetivo, "precisamos de importantes progressos no âmbito de subsídios à agricultura e de tarifas no setor agrícola e industrial".
Alcançar um acordo sobre subsídios, prosseguiu o responsável da OMC, dependerá de concessões adicionais por parte dos EUA, "equivalentes a algo menos que o valor de uma semana do comércio transatlântico".
Para ele, "o que resta para ser feito é relativamente pouco comparado com todas as propostas que já estão sobre a mesa, que representam duas ou três vezes o que foi alcançado na última rodada de negociações". "Mas também é pouco se comparado com os benefícios em potencial de reequilibrar o sistema multilateral de comércio em favor dos países em desenvolvimento."
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