Projeto pode desviar cargas de Paranaguá
Traçado e escolha de trilhos favorece escoamento das safras do Oeste do Paraná e do Centro-Oeste brasileiro por Santos ou Rio Grande
Apesar de aumentar a malha ferroviária do Paraná, os dois novos trechos de ferrovias que vão cortar o estado não devem elevar o volume de exportações via Porto de Paranaguá e tampouco vão contribuir para a modernização das ferrovias já existentes. Isso porque, segundo o pacote de concessões anunciado na quarta-feira pelo governo, os novos traçados entregues ao setor privado serão construídos em bitola larga (1,6 metro), incompatível com a bitola métrica utilizada em todos os trechos ferroviários do estado.
A incompatibilidade das bitolas limita a integração com os trechos existentes, que só poderia ser feita por meio do transbordo de cargas, com custo mais elevado e limitando ainda mais o nível de eficiência das ferrovias. Sem a integração dos ramais, as cargas que trafegam pelo eixo da Norte-Sul que vem de São Paulo, corta o Paraná até chegar a Mafra (SC) e segue para o porto de Rio Grande (RS) teriam como único destino o porto gaúcho ou o Porto de Santos (SP).
Com o formato mais largo dos novos trechos, os portos de Paranaguá, São Francisco do Sul e Itajaí perderiam em volume de exportações, já que são interligados a ferrovias com bitolas métricas. A integração só poderia ser feita por meio do transbordo das cargas de um vagão para outro ou dos vagões para caminhões. "Isso encareceria muito a operação, fazendo com que os empresários optassem por levar a carga por traçados compatíveis até portos mais distantes", afirma o engenheiro do Banco de Ideias do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Antônio Montes Luz.
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