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Representante de petroleira deposita proposta em urna da ANP: campos podem elevar em 55% a área de exploração no país | Ricardo Moraes/Reuters
Representante de petroleira deposita proposta em urna da ANP: campos podem elevar em 55% a área de exploração no país| Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Tempo perdido

Depois de quatro anos e meio, o governo volta a conceder áreas para a exploração de petróleo.

Leia opinião completa de Fernando Jasper

  • Manifestante protesta contra licitação, com cartaz que mostra Dilma e Eike Batista

O primeiro leilão de áreas de exploração de petróleo e gás no Brasil em quase cinco anos atraiu forte interesse de empresas brasileiras e estrangeiras e levantou, com a venda de 140 blocos, o valor recorde de R$ 2,8 bilhões. A estimativa inicial da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) era de uma arrecadação com bônus de assinatura de R$ 2 bilhões. Ao todo, 30 grupos arremataram lotes, sendo 18 estrangeiros e 12 nacionais.

Segundo a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, a grande vencedora foi a britânica BG, que obteve áreas em quase todas as bacias ofertadas. "Outro contorno importante é ver OGX e Queiroz Galvão se consolidando como operadoras de águas profundas, e a Petra Energia como uma empresa que vai se consolidando como operadora terrestre", disse. A rodada deverá gerar investimentos da ordem de R$ 7 bilhões, afirmou diretora da ANP.

Na avaliação do governo e representantes do setor privado, o intervalo de cerca de cinco anos desde a última licitação de áreas de exploração fez com que houvesse uma valorização das áreas ofertadas. O forte interesse também mostrou que o setor de petróleo do Brasil ainda é atrativo, a despeito do novo marco regulatório, que elevou o controle estatal sobre as reservas na área do pré-sal, que não incluída na 11ª rodada e que terá uma licitação especial em novembro. "O que está acontecendo neste leilão mostra que há uma demanda reprimida...as empresas realmente querem expandir suas atividades no Brasil", afirmou a jornalistas o presidente petroleira norueguesa Statoil, Thore Kristiansen, que obteve seis blocos na disputada bacia do Espírito Santo.

Na mesma linha, o presidente da Shell no Brasil, André Araújo, afirmou que o leilão é "prova de que país está atrativo". A Shell, uma das maiores companhias globais do setor, ofereceu lances para seis áreas, nas bacias da Foz do Amazonas e Barrerinhas, mas não venceu nenhuma dessas ofertas.

Potencial

Os 155,8 mil quilômetros ofertados na 11ª rodada têm potencial para elevar em até 55% toda a área exploratória de petróleo e gás do país, que vem recuando nos últimos anos como consequência da suspensão dos leilões no período. O total arrematado foi equivalente a dois terços da área total ofertada. Os 149 lotes não arrematados poderão ser relicitados no futuro, disse a diretora-geral da ANP.

Chamou a atenção a grande disputa pelos blocos localizados na bacia do Foz do Amazonas, situada em região conhecida como margem equatorial. A semelhança geológica da região com a costa oeste africana – importante área petrolífera – fez dela uma das mais valorizadas do leilão. Somente com oito blocos na Foz do Amazonas, a ANP arrecadou em lances mais de R$ 750 milhões de reais. Atualmente, a atividade de petróleo da bacia se resume a apenas dois blocos, ainda em fase de exploração, operados pela Petrobras. Não há área em etapa de produção.

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