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Muito se fala sobre a migração para os meios digitais, mas a leitura de jornais ainda se dá no impresso. É o que afirma o estudo “State of the News Media”, divulgado na quarta-feira (29) pela Pew Research Center, que traz um retrato do mercado de mídia dos EUA. Com dados da Nielsen, o relatório aponta que 56% dos consumidores de jornais fazem a leitura exclusivamente no papel; 11% também leem em computadores; 5% também acessam o noticiário por dispositivos móveis; e 11% leem em todas as plataformas.

“Ao todo, mais de oito em cada dez pessoas que leem jornais o fazem no papel. Apenas 5% leem notícias exclusivamente em dispositivos móveis e 6%, apenas no computador”, diz o estudo.

Por outro lado, o relatório aponta que cada vez mais americanos estão usando celulares e tablets para se manterem informados. Dos 50 maiores sites jornalísticos do país, 39 recebem mais tráfego via dispositivos móveis que por computadores, segundo dados de janeiro da comScore.

Entre os sites de jornais, o fenômeno é ainda mais claro: dos 25 maiores, o tráfego mobile supera o gerado por desktops em 19, em cinco há um empate, e em apenas um, o “Houston Chronicle”, as visitas por computadores superam as geradas por dispositivos móveis.

Para os grandes jornais, aponta o relatório, a audiência digital ultrapassa de longe a circulação. O New York Times, por exemplo, registrou circulação média da versão impressa de 650 mil em setembro de 2014. Por outro lado, ele possui 1,4 milhão de assinantes digitais e, em janeiro deste ano, o site e seus aplicativos receberam 54 milhões de visitantes únicos. Esse dado aparentemente contradiz o estudo da Nielsen, que aponta que a leitura de jornais se dá predominantemente no impresso. Para os pesquisadores do Pew Research Center, a resposta está no tipo de uso de cada mídia.

“O visitante chega por um link visto em uma rede social ou recebido por e-mail, e, por isso, podem não considerar a experiência como ‘ler um jornal’, mas apenas navegar por um artigo online”, afirma o estudo.

Atrás dos leitores, vai a publicidade. No ano passado, foram investidos US$ 19 bilhões em anúncios móveis, alta de 78% em relação a 2013, de um total de US$ 50,7 bilhões gastos em publicidade digital, mas a maior parte deste montante fica com companhias de tecnologia. Apenas o Google abocanha 38% do total.

Os jornais impressos ainda se recuperam da crise do fim da década passada e também disputam o mercado de publicidade digital. No ano passado, a receita com anúncios em sites e aplicativos cresceu 3% em relação a 2013. Contudo, o resultado não foi suficiente para compensar a queda de 5% na publicidade impressa. Ao todo, o setor faturou US$ 16,4 bilhões com anúncios, queda de 4% frente a 2013.

A circulação das versões impressas interrompeu a trajetória de alta dos últimos três anos e registrou queda de 4% em 2014 na média semanal, após registrar alta de 22% entre 2012 e 2013; e de 3% entre 2013 e 2014.

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