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O líder do Partido Socialista Francês questionou no domingo a motivação do presidente Nicolas Sarkozy em sua escolha de um político de esquerda como candidato a diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional.

Sarkozy disse no final de semana que Dominique Strauss-Kahn, ex-ministro das Finanças socialista, seria o candidato da França para o mais alto posto do FMI, que ficará em aberto em outubro.

Foi a mais recente iniciativa em meio a várias que o direitista Sarkozy tomou para se aproximar de seus adversários socialistas -uma tática que não está agradando o Partido Socialista, que ainda está tentando se recuperar das derrotas nas eleições parlamentares e presidenciais deste ano.

O líder socialista François Hollande sugeriu no domingo que Sarkozy deve estar promovendo Strauss-Kahn por razões políticas, e não pelo bem da comunidade internacional.

Hollande sugeriu à Radio J que, em vez de fazer algo que seja "útil para a Europa, sentimos (o desejo) de marcar pontos políticos domésticos".

Ele acrescentou: "Se a Europa e a França tiverem a chance de comandar o Fundo Monetário Internacional, isso não deveria ser usado para fins políticos domésticos".

Sarkozy refutou as sugestões de que tenha indicado Strauss-Kahn a fim de retirar um rival em potencial da cena doméstica, dizendo que quer promover os melhores talentos disponíveis na França, independentemente de afiliação política.

Em entrevista ao Le Journal du Dimanche, Sarkozy disse que já tinha indicado o nome de Strauss-Kahn ao presidente norte-americano George W. Bush e aos líderes da Espanha, Itália e Grã-Bretanha.

Ele elogiou o socialista moderado, uma das figuras mais populares da esquerda, dizendo que ele tem a experiência, credibilidade e capacidade de comunicação necessárias para o trabalho do FMI.

Hollande disse que caberia aos parceiros europeus da França decidirem se Strauss-Kahn tem mesmo a competência para o trabalho.

Strauss-Kahn preferiu não comentar.

A esquerda descreveu Sarkozy como um linha-dura autoritário durante a campanha eleitoral, mas desde que assumiu o poder, ele vem surpreendendo aliados e inimigos ao dar postos a socialistas, como no caso da nomeação de Bernard Kouchner como ministro das Relações Exteriores.

Sua flexibilidade criou divisões profundas entre os socialistas e melhorou sua imagem como um presidente receptivo e aberto.

Hollande, que deverá deixar a liderança dos socialistas no ano que vem, disse que não passava de um jogo de Sarkozy.

"O Partido Socialista é uma grande movimento que não será atirado em dificuldades por ninguém, menos ainda por Nicolas Sarkozy. Ele está jogando. Bem, nós não jogaremos com princípios e regras."

O comando do FMI tradicionalmente fica com um europeu. A França deverá enfrentar forte concorrência de seus aliados europeus pelo cargo. Os países em desenvolvimento também estão pressionando para obter o posto, a fim de dar fim à exclusividade européia na direção da entidade.

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