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Os líderes financeiros mundiais procuraram nesta sexta-feira conter as tensões cambiais que ameaçam a lenta recuperação econômica, com os Estados Unidos pedindo que o Fundo Monetário Internacional (FMI) seja mais atuante no esforço de colocar as coisas em ordem.

Em meio a novas evidências de que os EUA continuam cortando empregos, os líderes da área econômica do G20 destacaram a necessidade de trabalhar de forma cooperada e encontrar uma nova maneira de reequilibrar o crescimento global.

Os ministros de Finanças do G20 procuraram enfatizar a necessidade de países com superávit comercial, como a China, gastarem mais internamente para que as nações endividadas, como os EUA, possam poupar sem risco de prejudicar a recuperação mundial.

O padrão irregular do crescimento global levou a um afrouxamento monetário significativo nos EUA, que colocou o dólar nos menores níveis em oito meses e meio. Isso ampliou o fluxo de capital para mercados emergentes e alimentou conversas de uma "guerra cambial".

O secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, disse que o reequilíbrio da economia global não está progredindo conforme o necessário.

"Em última instância a responsabilidade de agir é dos países, mas o FMI precisa efetivamente falar sobre os desafios e guiar o suporte para uma ação", afirmou.

A indicação é de que os líderes financeiros estão trabalhando para dar ao Fundo um novo papel, possivelmente até o encontro previsto em novembro na Coreia do Sul.

A China, na mira de muitos países pela visão de que está mantendo o iuan depreciado em busca de vantagem comercial, afirmou que vai avançar com as reformas cambiais em seu próprio ritmo.

"Nós ainda achamos que a China precisa de um regime cambial baseado no mercado", disse o presidente do banco central do país, Zhou Xiaochuan. "A diferença é que nós vemos isso com gradualismo, de uma forma gradual, não como um choque."

O ministro das Finanças do Canadá, Jim Flaherty, disse ser vital que os países do G20 não adotem medidas protecionistas para estimular as exportações e o crescimento e ressaltou a China, dizendo que o país precisa comprometer-se com a flexibilidade cambial.

Ele expressou esperança de que as autoridades reunidas no fim de semana encontrem uma forma de conter as tensões cambiais.

O G7 deve ter um jantar a portas fechadas nesta sexta-feira e também deve discutir o câmbio.

Abordagem global

O ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, também mostrou otimismo.

"Acho que podemos chegar a um acordo como o de Plaza", disse, em referência ao acordo de 1985 entre cinco países para desvalorizar o dólar. "Podemos chegar a um acordo sobre como administrar a apreciação das moedas nos encontros do G20."

Outras autoridades minimizaram a possibilidade de um acordo específico, enfatizando que os países deveriam deixar que as forças de mercado determinem o valor das moedas.

Olli Rehn, comissário de assuntos monetários e econômicos da União Europeia, disse que o assunto moedas estará na pauta, mas no contexto mais geral de reequilíbrio da economia global.

"Estamos discutindo que tipo de medidas serão necessárias para reequilibrar o crescimento global e, certamente, a questão cambial é uma delas", acrescentou.

Os países do G20 se comprometeram com um processo em que o FMI deve ajudá-los na coordenação de políticas para reequilibrar o crescimento global, o que tem sido afetado pelas tensões cambiais.

Zhou disse que a China está buscando políticas para impulsionar a demanda doméstica, incluindo melhorias no sistema de previdência social, o que permitiria que os chineses poupassem menos e consumissem mais.

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