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Patinetes elétricos da Lime
Patinetes elétricos da Lime. Startup chegou ao Brasil.| Foto: Divulgação

Uma nova empresa de patinetes elétricos chegou ao Brasil para concorrer com a Grow, fusão da Yellow com a Grinn. A norte-americana Lime, startup que recebeu mais US$ 300 milhões em investimentos da Uber e da GV (braço de capital de risco da Alphabet) em 2018, começou a operar oficialmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro nesta terça-feira (2).

A operação brasileira faz parte da expansão da marca na América Latina, onde o serviço já é oferecido no México, Chile, Colômbia e Uruguai. A empresa não fala em número de patinetes disponíveis nas duas cidades brasileiras, mas que espera que milhares deles estejam espelhados pelos principais pontos das cidades nos próximos três meses.

Para utilizar os equipamentos, serão cobrados R$ 3 no início da viagem e R$ 0,50 adicionais por minuto. Por meio de parceria com varejistas locais, os patinetes ficarão estacionados estrategicamente em frente a lojas em diferentes regiões das duas cidades.

A marca também firmou parceria com grandes redes de varejo, como o Grupo Pão de Açúcar, para estacionar os patinetes no Pão de Açúcar, Extra e Minuto Pão de Açúcar (novo projeto de lojas tecnológicas do GPA).

Joe Kraus, presidente global da Lime.
Joe Kraus, presidente global da Lime.| Divulgação

"Queremos sempre estar comprometidos com as cidades. Por isso, queremos ter certeza que estamos operando bem em São Paulo e no Rio de Janeiro antes da expansão no Brasil", explica Joe Kraus, presidente global da Lime. O investimento feito pela marca para operar no Brasil não foi revelado pelo executivo.

Na avaliação do norte-americano, uma cidade potencial para receber os patinetes da Lima deve ter alta densidade populacional, problemas de transporte e poluição elevada – fatores que justificam a necessidade de um transporte alternativo e limpo.

Kraus admite que está estudando a expansão para a Região Sul do país, mas não tem previsão de data, tampouco das cidades em que deve operar. "As capitais costumam ser nosso foco de operação", disse John Paz, diretor geral da Lime no Brasil. A integração do serviço com o Uber no país ainda dependerá de um período de consolidação da startup.

Além do Uber, a Lime obteve US$ 765 milhões de investimento dos fundos Andreessen Horowitz, Fifth Wall Ventures e Bain Capital Ventures.

Lime vai oferecer treinamento para usuários

Além de lançar suas operações no Brasil, a Lime anunciou o First Ride Academy, programa de treinamento de segurança para usuários que serão realizados aos finais de semana. O objetivo é conscientizar a população sobre como dirigir os patinetes de forma segura e responsável – seguindo também as regras de transporte de cada município.

A Lime prevê oferecer mais de 300 treinamentos e treinar 4 mil usuários no próximo trimestre, como forma de prevenir acidentes e incentivar a convivência harmônica entre patinetes, pedestres e carros.

"Um terço dos acidentes ocorre logo quando o usuário aprende a andar com o patinete. Por este motivo, a gente libera um manual de segurança logo que o usuário faz o download do aplicativo", justifica Kraus.

Formado em Ciências Políticas por Stanford, o executivo garante que da mesma forma que o mundo levou 10 anos para se adaptar aos carros, as cidades precisarão de um tempo para se acostumar com a disrupção dos patinetes. "A micromobilidade vai ser o grande ponto crítico da sociedade na próxima década."

A ideia pode render à recém-chegada menos dor de cabeça no relacionamento com as autoridades municipais em comparação à concorrente Grow, que teve problemas em São Paulo. A prefeitura da capital paulista apreendeu mais 1 mil patinetes da empresa e está cobrando uma multa de mais de R$ 900 mil para que a Grow recupere os equipamentos. A Grow não teria cumprido as exigências de um novo decreto que regulamenta a utilização dos patinetes na cidade.

Em maio, o diretor do Denatran, Jerry Adriane Dias Rodrigues, declarou que o órgão está buscando soluções para a regulamentação dos patinetes elétricos no Brasil. Por ora, cabe às cidades definirem questões como área de circulação e estacionamento dos equipamentos. Enquanto São Paulo decidiu por novas regras, Curitiba resolveu segurar uma regulamentação mesmo em meio às polêmicas.

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