• Carregando...
 |
| Foto:

Você vive a lógica carpe diem e nem pensa na aposentadoria? Bom, você não é o único. Estudos de economia comportamental mostram que, em geral, é realmente difícil para as pessoas fazerem “sacrifícios” no presente para garantir um futuro despreocupado financeiramente. Simplesmente porque o que está na frente delas todos os dias, no espelho, é o “eu” presente, cheio de expectativas e possibilidades.

Mas e se fosse possível viajar no tempo e ver qual seria o resultado de ações executadas no presente? Isso poderia mudar seus hábitos?

Foi justamente isso que um grupo de pesquisadores liderados por Hal E. Hersgfield, cientista da Northwestern University, nos Estados Unidos, tentaram simular, segundo o artigo publicado no Journal of Marketing Research , periódico ligado à Associação Americana de Marketing (AMA), ainda em 2011. 

Hersgfield e outros seis pesquisadores trabalharam com 153 voluntários, divididos em quatro diferentes testes, usando equipamentos de realidade aumentada e técnicas de decisão interativa — diante de alguns dilemas, os participantes tomavam decisões e podiam ver, quase automaticamente, as consequências dessas decisões diante de seus olhos.

Para um efeito realista, os cientistas usaram algoritmos capazes de prever o envelhecimento físico dos participantes com base no estado deles nos dias atuais. Embora as pessoas sejam capazes, no geral, de se imaginar mais velhas, raramente escolhem fazer isso, apontam Hersgfield e equipe no artigo. Por isso, o uso das projeções e da realidade aumentada poderiam ter resultados surpreendentes. 

E tiveram: as pessoas que interagiram com “elas mesmas” no futuro demonstraram uma tendência maior em aceitar que as recompensas financeiras virão mais tarde, concordando em depositar mais dinheiro “de mentirinha” para a aposentadoria.

Uma outra pesquisa, publicada também em 2011 no Journal od Consumer Research, testou algo parecido, mas mais relacionado à sensação de recompensa. Também usando o contato das pessoas com elas mesmas no futuro, o estudo quis medir o quanto isso poderia mudar a noção de recompensa e, consequentemente, a decisão de consumo das pessoas no presente.

Nos cinco diferentes testes coordenados por Daniel M. Bartels e Oleg Urminsky, ambos da Universidade de Chicago, foi demonstrado que quanto maior a conexão entre o “eu do presente” e o “eu do futuro”, maior a propensão de deixar a recompensa para o segundo. Mas a pesquisa também identificou que quanto mais longe no tempo está o “eu do futuro”, menor é a vontade do “eu do presente” de pensar em recompensas futuras.

Em outras palavras, ainda que você enxergue você mesmo mais velho, quanto mais velho, mais difícil é para o seu cérebro  estabelecer uma conexão, uma empatia, com esse “eu do futuro”.

De qualquer forma, o que as duas pesquisas indicam é que vale a pena tentar. É possível começar com aplicativos de envelhecimento como o Envelhecimento Facial, o AgingBooth, o Oldify entre tantos outros disponíveis para iOS e Android. Se puder incluir algum fundo que indique um “você mais rico”, melhor ainda!

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]