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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado, 4, que as perdas das empresas Aracruz e Sadia no mercado de câmbio não são decorrentes da crise financeira internacional, mas de especulação. "Não foi por causa da crise, mas da especulação", disse Lula, no encerramento da campanha do candidato do PT, Luiz Marinho, em São Bernardo do Campo. "Elas vinha especulando contra a moeda brasileira. Vinham praticando, por ganância, uma especulação nada recomendável", acrescentou. O presidente assegurou ainda que a economia brasileira vai bem, apesar da crise.

A Sadia perdeu R$ 760 milhões e a Aracruz R$ 1,95 bilhões no mercado de derivativos, onde as companhias apostam no valor futuro do dólar. As empresas buscavam ter lucro com a eventual manutenção da tendência de valorização do real ante o dólar, o que acabou não acontecendo devido ao agravamento da crise dos EUA. A alta do dólar, que chegou a beirar os 18% em setembro, fez com estas operações resultassem em prejuízo.

A Sadia reconheceu que as operações que foram realizadas pela diretoria financeira da companhia excederam o hedge (proteção) tradicional utilizado por muitos exportadores, que buscam reduzir a influência da flutuação da moeda nos seus resultados por meio de contratos de câmbio. Após as perdas bilionárias, o diretor-financeiro da empresa foi demitido. Agora, especialistas esperam por impactos nos resultados das duas companhias nos próximos dois trimestres.

Há dúvidas no mercado sobre se muitas outras empresas também poderiam ter caído na tentação de buscar ganhos financeiros com derivativos cambiais, quando o ideal seria que apenas buscassem garantir o equilíbrio na lado operacional.

As notícias contaminaram as ações de muitas empresas brasileiras na Bovespa, com analistas preocupados se o problema poderia estar ocorrendo em mais companhias. Após anunciar perdas bilionárias com câmbio na última sexta-feira, as ações preferenciais da Aracruz despencaram 18,6%.

Os exportadores de carnes Marfrig e Minerva e a exportadora de açúcar e álcool Cosan enviaram em setembro comunicados ao mercado dizendo que não possuem operações alavancadas de derivativos e que suas operações em hedge estão alinhadas com o lado comercial, mas parece que o mercado está descrente.

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