Atualizado em 28/04/2006 às 19h33
A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o governo poderá financiar um eventual comprador para salvar a Varig foi decisiva para a expressiva valorização registrada pelas ações da companhia, nesta sexta-feira, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
Apesar da pouca liquidez no mercado, já que 87% das ações estão nas mãos da Fundação Ruben Berta, os papéis da companhia subiram 33,6%, cotados a R$ 155. O número de negócios foi de 1.248.
Pela primeira vez, Lula falou abertamente sobre a crise na Varig. Numa coletiva improvisada durante o Feirão da Casa Própria, o presidente foi perguntado sobre que orientação política o governo daria para essa questão, já que a companhia aérea não vem conseguindo sequer pagar as taxas aeroportuárias:
- Isso não é uma novidade. Há muito tempo que a Varig está em uma situação muito complicada. Tenho dito publicamente que o governo não vai colocar dinheiro público. O que nós podemos fazer é financiar a salvação da Varig desde que a empresa cumpra o seu papel. A Varig, como outras empresas do Brasil, viraram uma espécie de paixão nacional, mas nós não podemos tratar essas coisas com o coração, mas sim com racionalidade de uma empresa privada.
Chama a atenção do mercado a mudança do tom do governo em relação à empresa. Se há bem pouco tempo, representantes do governo diziam que nada poderia ser feito pela Varig, agora o próprio presidente sinaliza boa vontade, ainda que ponderando a necessidade de uma solução de mercado.
- Em ano eleitoral, a gente não pode esquecer as pressões de mercado - comentou um analista.
A Varig luta contra uma crise financeira há mais de 10 anos, agravada nos últimos meses. Sem caixa para manter a sua frota de mais de 70 aviões, a companhia encolheu, voando atualmente com 47 aeronaves, o que vem reduzindo a sua receita.
Na próxima terça-feira, uma assembléia de credores deve votar a proposta de cisão da empresa.
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