• Carregando...
O ministro Paulo Bernardo: sinalização de que haverá extensão da redução do IPI | GervásioBaptista/ABr
O ministro Paulo Bernardo: sinalização de que haverá extensão da redução do IPI| Foto: GervásioBaptista/ABr

Combustíveis

Governo quer baixar gás de cozinha

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem em Custódia (PE) que pretende que o governo federal reduza o preço do gás de cozinha por considerar que o valor atual, entre R$ 38 e R$ 40 por botijão de 13 quilos, é muito alto. Segundo ele, o governo já analisou várias vezes a redução de preço, mas que agora vai tomar uma decisão. O preço do gás é livre no mercado, mas controlado pelo governo na refinaria por meio da Petrobras. O último reajuste do gás de cozinha na refinaria, de 7,7%, ocorreu em 29 de dezembro de 2002.

Retorno da "marola"

Lula voltou a usar o termo marolinha para definir o impacto da crise econômica global sobre o Brasil. "Vocês estão lembrados de quando eu falava que a crise era uma marola no Brasil? Eu fui achincalhado. Os jornais brasileiros, ou melhor, alguns jornalistas torciam para que a crise arrebentasse o Brasil’’, disse. E continuou: "Sabe aquele cara que viu o outro com uma namorada bonita e, em vez de falar ‘vou arrumar uma igual’, fica com inveja? É assim que as pessoas esperavam a crise no Brasil."

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cedeu aos apelos dos fabricantes de linha branca e decidiu prorrogar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para máquinas de lavar, tanquinhos, geladeiras e fogões. Apesar da posição contrária do Ministério da Fazenda — que continua tentando dissuadi-lo —, Lula se convenceu de que ainda é preciso ajudar o consumidor a adquirir novos equipamentos com preços mais favoráveis. A informação foi dada por um auxiliar do presidente, que o acompanha na viagem ao canteiro de obras da transposição do Rio São Francisco, no sertão pernambucano.A informação já havia sido pu­­bli­­cada pela Gazeta do Povo, no fim de agosto, quando o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, confirmou à reportagem que a ex­­­tensão do prazo era "bem provável". Ontem, o ministro afirmou que os consumidores que pretendem comprar um eletrodoméstico da linha branca deveriam fazer is­­so logo, mas fez questão de deixar cla­­ro que a prorrogação da redução do imposto continua em estudo.

"O presidente Lula tem falado que quer que as donas de casa comprem máquinas para não ficar lavando (roupa) à mão e comprem fogão para os maridos fazerem o almoço de domingo com eletrodoméstico novo", disse Paulo Bernardo. Como a informação ainda não é oficial, o ministro da Fa­­zenda, Guido Mantega, se mostra ainda mais resistente. Ele afirmou ontem, na portaria do prédio da pasta, em Brasília, que "não há mudança nenhuma para o IPI". "O IPI da linha branca foi reduzido em abril e prorrogado por três meses em julho, vigorando até o dia 31 de outubro", afirmou.

Diante da decisão do presidente, os técnicos da Fazenda tentam agora fazer com que, pelo menos, o incentivo não fique nos mesmos moldes já existentes.

Uma alternativa em estudo seria voltar a elevar a alíquota do IPI, mas a um patamar inferior ao que vigorava antes do incentivo. O IPI para geladeiras, por exemplo, caiu de 15% para 5%. Uma possibilidade seria que o valor ficasse em torno de 10% a partir de novembro. As alíquotas dos fogões caíram de 5% para zero, as de máquinas de lavar, de 20% para 10%, e as de tanquinhos, de 10% para zero. Todas elas também teriam uma pequena elevação. O martelo, no entanto, será batido por Lula.

A equipe da Fazenda defende que o IPI reduzido já cumpriu seu papel ao estimular as vendas dos produtos depois do cenário de crise e promover a atividade econômica. Por outro lado, os técnicos afirmam que os fabricantes e o varejo não repassaram totalmente os incentivos para os consumidores. No caso da indústria, os preços não caíram, mas deixaram de subir. Já no varejo, nem todos os produtos caíram de preço.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]