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Memorial 11 de Setembro: tecnologia Siemens controla as fontes de água onde ficavam as torres do WTC | Rosana Félix/ Gazeta do Povo
Memorial 11 de Setembro: tecnologia Siemens controla as fontes de água onde ficavam as torres do WTC| Foto: Rosana Félix/ Gazeta do Povo

Transmissão

Leilão de Belo Monte é grande alvo da Siemens no Brasil

A primeira rede de transmissão de 800 quilovolts (kV) no Brasil deve ser construída para ligar a Usina de Belo Monte, no Pará, à Região Sudeste. O leilão desse lote de linhas está previsto para ocorrer em 2013 e a Siemens, assim como outras multinacionais, tem grande interesse nesses contratos, cujos valores vão girar em torno de R$ 5 bilhões, pelo menos.

A Siemens tem 14 fábricas no Brasil, cerca de 10 mil funcionários e um faturamento anual próximo a R$ 5 bilhões. A maior parte fica no complexo de Jundiaí (SP), que exporta para vários países e também vende para as grandes empresas de energia brasileiras: Petrobras, Copel e Furnas, entre outras.

A empresa também produz máquinas industriais, equipamentos de diagnóstico por imagem e insumos para infraestrutura urbana (transporte ferroviário, tecnologia de construção). Outro foco é a pesquisa – um centro de desenvolvimento voltado às soluções de redes inteligentes em energia, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), onde atuam 25 profissionais.

Os negócios no país, porém, poderiam ser maiores. Peter Y. Solmssen, responsável da Siemens para a região das Américas, disse a um grupo de jornalistas que é preocupante que as decisões sobre obras que precisam ficar prontas em pouco tempo sejam tomadas de forma apressada. "No Brasil vocês já devem ter ouvido isso, mas o sistema tributário é incrivelmente complicado. Na Siemens temos muitas pessoas gastando muito tempo tentando entender como é que devemos agir para pagar os impostos corretamente. Isso pode ser simplificado."

World Trade Center

O consórcio responsável pela construção do edifício do novo World Trade Center (WTC) também contratou a Siemens para a gestão energética e de segurança. O WTC 1 terá 541 metros de altura e deve ficar pronto no fim de 2013, ao custo de US$ 3,8 bilhões. Nos últimos meses a Siemens também reformou o elevador de emergência da Estátua da Liberdade, restrito ao uso de bombeiros e outros profissionais do local.

  • Carnegie Hall: a mesma

A cidade de Nova York tem cerca de 8,2 milhões de habitantes, recebe a visita anual de aproximadamente 50 milhões de turistas – quase dez vezes mais que o Brasil inteiro – e tem o Produto Interno Bruto de US$ 1,3 trilhão, equivalente ao triplo do PIB da capital paulista. Não é à toa que é conhecida como a cidade que nunca dorme. Mas esse burburinho todo tem um alto preço: a demanda por energia.

Em 2011, Nova York consumiu 54 gigawatt-hora (GWh), segundo dados do operador local, o Iso. Isso significa que a metrópole norte-americana demandou o equivalente a metade de toda a produção de Itaipu no ano passado (92 GWh). E a rede não para de crescer: a partir de junho de 2013, Nova York vai receber o fornecimento extra de 660 MW de energia elétrica através de uma linha de transmissão de alta tensão com corrente contínua de 800 quilovolts (kV). Essa tecnologia, que reduz o desperdício de energia, ainda é inédita no Brasil, mas deve ser implantada nas linhas de transmissão da hidrelétrica de Belo Monte, ligando o Norte ao Sudeste (leia mais ao lado).

A rede de alta tensão para Nova York começou a ser instalada pela multinacional alemã Siemens em maio de 2011. Apesar de a empresa já ter instalado redes com voltagem semelhante em cerca de 40 projetos em vários países, o Projeto Hudson, como foi batizado, apresentou muitos desafios. Como não havia espaços disponíveis para construção de uma subestação transformadora – para converter a energia de alta tensão para baixa, adequada para o abastecimento às unidades consumidoras –, ela foi erguida na cidade vizinha de Nova Jersey.

A ligação de um ponto a outro se revelou o maior obstáculo – a linha de 12 quilômetros de extensão chega a Nova York por meio de cabos submarinos enterrados no Rio Hudson, trabalho feito em parceria com a empresa Prysmian. O gerente da Siemens no Projeto Hudson, Wilhelm Kropf, disse que foram encontrados muitos sedimentos no rio, e o trabalho que deveria ser finalizado em duas semanas acabou levando três meses. Mesmo assim, a expectativa é finalizar a obra no prazo.

O Projeto Hudson está orçado em cerca de US$ 400 milhões (ou cerca de R$ 830 milhões). A potência da nova linha de transmissão – 660 MW – seria suficiente para dar conta do abastecimento de uma cidade do porte de Curitiba. Além da carga extra, o Projeto Hudson serve como uma espécie de firewall – uma porta de segurança que evitará blecautes e quedas de energia.

A demanda por mais energia ainda é crescente, mas a Siemens oferece as linhas de transmissão de alta voltagem como um produto sustentável. Segundo a empresa, a perda de energia em uma rede de alta voltagem de 500 kV é quase o dobro do que numa rede de 800 kV.

A jornalista viajou a convite da Siemens

Projeto de US$ 200 milhões vai modernizar o Carnegie Hall

Além de construir projetos novos, como linhas de transmissão, a Siemens também está reformando um importante ponto turístico de Nova York, que continua aberto ao público. Trata-se do Carnegie Hall, tida como a melhor sala de concertos da cidade, com três auditórios, museu e duas torres com escritórios e salas onde são ministrados cursos.

"O que estamos fazendo aqui é a transformação de uma atração turística com 120 anos em um prédio do século 21", disse David Amour, da Siemens. Um dos desafios é fazer as obras em horários que não coincidam com os horários de espetáculo ou aulas.

A reforma está centrada nas duas torres, uma de 12 e outra de 16 andares, que foram anexadas ao Carnegie Hall ainda no fim do século 19. O custo total é de US$ 200 milhões, financiado por doações e dinheiro público. Estão previstas melhorias e integração tecnológica dos sistemas de acesso e identificação, prevenção a incêndios, aquecimento, ventilação e iluminação. A expectativa é de obter uma grande redução no consumo de energia, o suficiente para que o Carnegie Hall consiga a certificação prata para edifícios sustentáveis, o LEED (sigla em inglês para liderança em design de energia e meio ambiente).

11 de Setembro

A Siemens também está por trás de um dos mais novos roteiros turísticos de Nova York: o Memorial do 11 de Setembro, inaugurado em 2011. A empresa alemã forneceu a tecnologia para controlar a vazão de água das duas fontes gigantes que foram construídas na mesma área onde estavam as Torres Gêmeas, destruídas no ataque terrorista que matou quase 3 mil pessoas em 2001.

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