Apesar da desaceleração da economia, a rede de restaurantes Madero manteve os planos de expansão em 2016, quando foram abertas 21 lojas. Com 84 unidades, a empresa chegou a um faturamento de R$ 446 milhões no ano passado, um crescimento de 33% em relação ao ano anterior. Para 2017, a meta é dobrar o ritmo de expansão, com a abertura de 40 novas unidades (16 restaurantes comuns e 24 em contêineres), e bater uma meta de faturamento de R$ 740 milhões.
O plano de negócios do Madero inclui o lançamento de uma nova marca e a atração de um sócio-investidor que dê suporte para a empresa quitar dívidas de R$ 140 milhões – a companhia emitiu debêntures para custar o crescimento e agora precisa resgatá-los – e bancar parte dos investimentos necessários para a expansão. “Até o final de março vamos ter o acordo assinado e o dinheiro no caixa. A entrada no fundo é de R$ 250 milhões, com participação entre 15 e 20%”, explica Junior Durski, chef e presidente Rede Madero.
O crescimento da rede está focado na expansão dentro do Brasil, com novas unidades. Apenas alguns restaurantes vão receber melhorias. É o caso do Madero do Shopping Palladium, em Curitiba, que já tem oito anos. “Vamos fazer melhorias desde o layout da cozinha, equipamentos, até o salão onde os clientes consomem”, conta Durski.
Por enquanto, o projeto de internacionalização da marca ficará em segundo plano. Segundo Durski, a experiência do primeiro restaurante em Miami, inaugurado no fim de 2015, servirá para 2018, quando pretende abrir mais seis unidades na Flórida.
Modelo de negócios
O desaquecimento da economia não levou a rede a mudar seu modelo de negócios. Durski defende que investiu para aumentar a qualidade do produto e o tamanho das porções para melhorar o custo-benefício dos clientes. “Se a pessoa tem R$ 50 no bolso, quando ela sair, tem que acertar na escolha. Esse gasto tem que valer a pena. Nós valorizamos o dinheiro que o cliente tem”, diz.
Como a empresa se preparou financeiramente com a emissão de debêntures, no ano passado ainda teve fôlego para continuar sua expansão enquanto muitos desaceleravam a produção. A crise trouxe duas vantagens para a rede. Primeiro, a facilidade de negociação com shopping centers, que buscaram players que gerassem mais fluxo, como cinemas e restaurantes. Outro ponto foi a oferta de trabalhadores qualificados. A empresa aproveitou para preencher vários cargos, dos níveis de base até a gerência.
Ao passar a ser tratado como âncora em shoppings, o Madero cortou custos e aumentou a visibilidade. O aluguel nesses empreendimentos, por exemplo, custa de 2% a 3% dos ativos do restaurante, enquanto a maioria das lojas gira em torno de 6%.



