
O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, admitiu nesta terça-feira (28) que o principal desafio da maior empresa do Brasil hoje é reduzir seu elevado endividamento. “Ainda vamos conviver por um período com um patamar de endividamento que não é salutar e a solução para isso não se dará neste nem no próximo ano”, disse, durante audiência pública no Senado Federal.
Bendine informou que a Petrobras vai divulgar um novo plano de negócios dentro de 40 dias. Uma das principais metas da companhia, a partir de agora, será a redução do endividamento. No balanço de 2014, divulgado na semana passada, a Petrobras registrou que o total de endividamento levará 4,7 anos para ser pago com o Ebitda (lucro antes do pagamento de juros e impostos), a chamada taxa de alavancagem. “Queremos reduzir esse patamar a algo entre 2,5 e 3 anos”, disse o presidente da estatal.
Para tanto, Bendine afirmou que a companhia vai buscar “com todos os esforços possíveis” formas de elevar as receitas da companhia. Um dos caminhos é o aumento das chamadas “receitas extraordinárias”, isto é, o dinheiro que entra no caixa da empresa por vias alternativas à principal, que no caso da Petrobras é a exploração, produção e refino de petróleo.
“Há uma série de possibilidades de geração de rentabilidade extraordinária, como a malha de dutos”, disse, indicando um dos caminhos estudados. Ele citou a malha de 14 mil quilômetros de dutos que a Petrobras tem na área de óleo e gás no Brasil. “Temos essa malha enorme de dutos que podemos, junto com a Transpetro, estudar para vender uma parte ou fazer parcerias com empresas de telecomunicações para que elas transitem nesses dutos, que já estão prontos e são modernos, para que essas empresas passem fios de fibra óticas neles”, explicou.
Atrás de recursos para reduzir suas dívidas, a Petrobras, no entanto, não buscará dinheiro do Tesouro Nacional. Bendine afirmou que estão descartadas hipóteses como capitalizações da companhia pelo Tesouro, como a que ocorreu em 2010.
Bendine afirmou também que o “boom” de compra de automóveis pelos brasileiros atrasou a consolidação da autossuficiência em petróleo que o país buscava. Disse ainda que o preço da gasolina no país é “justo” e “competitivo”.



