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Bendine disse que empresa focará em formas de elevar a receita. | Marcos Oliveira/Agência Senado
Bendine disse que empresa focará em formas de elevar a receita.| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, admitiu nesta terça-feira (28) que o principal desafio da maior empresa do Brasil hoje é reduzir seu elevado endividamento. “Ainda vamos conviver por um período com um patamar de endividamento que não é salutar e a solução para isso não se dará neste nem no próximo ano”, disse, durante audiência pública no Senado Federal.

Bendine informou que a Petrobras vai divulgar um novo plano de negócios dentro de 40 dias. Uma das principais metas da companhia, a partir de agora, será a redução do endividamento. No balanço de 2014, divulgado na semana passada, a Petrobras registrou que o total de endividamento levará 4,7 anos para ser pago com o Ebitda (lucro antes do pagamento de juros e impostos), a chamada taxa de alavancagem. “Queremos reduzir esse patamar a algo entre 2,5 e 3 anos”, disse o presidente da estatal.

Para tanto, Bendine afirmou que a companhia vai buscar “com todos os esforços possíveis” formas de elevar as receitas da companhia. Um dos caminhos é o aumento das chamadas “receitas extraordinárias”, isto é, o dinheiro que entra no caixa da empresa por vias alternativas à principal, que no caso da Petrobras é a exploração, produção e refino de petróleo.

“Há uma série de possibilidades de geração de rentabilidade extraordinária, como a malha de dutos”, disse, indicando um dos caminhos estudados. Ele citou a malha de 14 mil quilômetros de dutos que a Petrobras tem na área de óleo e gás no Brasil. “Temos essa malha enorme de dutos que podemos, junto com a Transpetro, estudar para vender uma parte ou fazer parcerias com empresas de telecomunicações para que elas transitem nesses dutos, que já estão prontos e são modernos, para que essas empresas passem fios de fibra óticas neles”, explicou.

Atrás de recursos para reduzir suas dívidas, a Petrobras, no entanto, não buscará dinheiro do Tesouro Nacional. Bendine afirmou que estão descartadas hipóteses como capitalizações da companhia pelo Tesouro, como a que ocorreu em 2010.

Bendine afirmou também que o “boom” de compra de automóveis pelos brasileiros atrasou a consolidação da autossuficiência em petróleo que o país buscava. Disse ainda que o preço da gasolina no país é “justo” e “competitivo”.

Conselheiros independentes da estatal desaprovaram balanço

  • rio de janeiro

Os três membros independentes do Conselho de Administração da Petrobras criticaram duramente a estatal na última reunião, realizada na quarta-feira passada (22), quando a empresa apresentou baixas contábeis de R$ 50,8 bilhões em seus ativos, dos quais R$ 6,2 bilhões relativos à Operação Lava Jato.

No encontro, eles, que não aprovaram o resultado de 2014, quando a Petrobras registrou prejuízo de R$ 21,6 bilhões, questionaram a metodologia aplicada pela companhia para contabilizar as perdas e reclamaram que, apesar de pedido, a estatal não apresentou os documentos antes da reunião.

José Monforte, representantes dos acionistas minoritários donos de ações preferenciais (PN, sem direito a voto), disse que não houve tempo para analisar os resultados antes da reunião do conselho. Afirmou ainda que o 3% para o cálculo do custo da corrupção é”inadequado”.

Mauro Cunha, representante dos acionistas minoritários donos de ações ordinárias (ON, com direito a voto), disse que a baixa relativa à corrupção foi “inoportuna”. Silvio Sinedino, que representa os funcionários da Petrobras, também questionou a metodologia.

Nesta quarta (29) está marcada uma assembleia na sede da estatal para aprovar a nova composição do conselho. Nenhum dos três vai permanecer, já que Cunha e Monforte não se candidataram à releição. Já os funcionários da Petrobras optaram por Deyvid Bacelar no lugar de Sinedino.

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