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Leonardo Oda: setor de tecnologia busca profissionais especializados, mas também precisam de gente para funções mais básicas | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Leonardo Oda: setor de tecnologia busca profissionais especializados, mas também precisam de gente para funções mais básicas| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Contratações na área de tecnologia crescem mais de 50% ao ano

O crescimento das contratações feitas pelo setor de tecnologia da informação surpreende as consultorias. Historicamente, a área sempre exigiu bastante do mercado de contratações, principalmente por causa da falta de mão de obra na região. Agora, pelo que o mercado indica, uma parte maior da demanda por profissionais vem sendo atendida. Segundo análise da consultoria Michael Page, as contratações desse setor em 2011 cresceram mais de 50% em Curitiba, na comparação com o ano anterior.

"Esse setor está em um momento à parte. Vem contratando muito e para posições diversas. Isso ocorre por causa de algumas condições de mercado que fazem esta fase ser tão favorável", afirma Cristian Kim, diretor regional da Business Partners.

A principal condição, segundo ele, tem sido a baixa cotação do dólar. Como explica Kim, a moeda norte-americana mais barata motiva as empresas a trocarem seus sistemas de gestão operacional e outros itens de tecnologia. Como consequência, é necessária mão de obra especializada para a instalação e adaptação destes produtos.

Especialização

O executivo Leonardo Oda fez parte desse movimento. Ele foi contratado no início do ano como gerente de tecnologia educacional na Ahom. Segundo Oda, Curitiba vem ganhando atratividade na contratação de profissionais ligados à tecnologia ao mesmo tempo em que a mão de obra qualificada tem entrado no mercado.

"A tecnologia está muito segmentada hoje, com diversos nichos específicos de atuação. E isso é positivo para o mercado, porque a tendência é de abertura de vários mercados e busca por profissionais cada vez mais especializados", diz. Seu caso é exemplo disso. Ele já atuava no mercado de tecnologia educacional quando a Ahom buscou um profissional com esse perfil específico.

O executivo ressalta, porém, que o mercado de tecnologia de Curitiba ainda é muito demandante e não consegue preencher todas as vagas que abre, principalmente em funções básicas para a atividade, caso dos programadores.

Segundo ele, na dificuldade de encontrar profissionais, muitas empresas vêm investindo no treinamento de seus colaboradores. "É uma saída que ainda tem um lado interessante, e permite às companhias a continuarem atuando bem no mercado, sem ficar desalinhadas da concorrência", afirma.

As contratações de executivos estão aquecidas em Curitiba, garantem consultorias que atuam no mercado local: o crescimento anual das empresas tem sido sempre de dois dígitos. Segundo duas consultorias nacionais que desembarcaram em Curitiba na década passada, o movimento é baseado no amadurecimento da economia regional e também na consolidação das atividades de recolocação profissional.

Entre os maiores contratantes estão as áreas de tecnologia da informação, de telecomunicações, a indústria automobilística e o setor de bens de consumo.

Para a consultoria Michael Page, o mercado curitibano acentuou a prática de contar com serviços especializados em contratações há poucos anos. "Isso aconteceu muito com companhias familiares e também com empresas menores. De certo tempo para cá, elas passaram a confiar mais no serviço e também viram a necessidade de soluções mais profissionais para gestões mais profissionais", afirma Augusto Puliti, diretor regional da consultoria.

Segundo ele, subsidiárias locais de grandes organizações também contribuíram para o crescimento, o que ajudou a Michael Page a ver seu número de contratações em Curitiba crescer 68% apenas na comparação entre 2010 e 2011.

Ainda na opinião de Puliti, o outro movimento que tem gerado bons resultados às consultorias diz respeito às atividades do próprio segmento. Ele lembra que nos últimos anos, várias organizações que já atuavam nacionalmente neste mercado desembarcaram em Curitiba e ajudaram a fomentar a cultura local em torno da executive search, a busca por executivos. A própria Michael Page se encaixa no exemplo: abriu seu escritório regional em 2007.

Outra delas é a Business Partners, que abriu seu escritório curitibano em 2008. Segundo o gerente regional, Cristian Kim, na comparação entre os fechamentos de seu ano inicial de atividade e o ano passado, o faturamento cresceu dez vezes.

Kim também enxerga um cenário consolidado da executive search em Curitiba e credita parte disso à economia local. "É um movimento comum no mercado: quando as empresas em geral têm bons resultados, o nosso segmento acompanha esse crescimento. E é o que vemos acontecer", diz o consultor.

Áreas

Os números da Michael Page e da Business Partners mostram que os executivos das áreas de engenharia, finanças e vendas são os mais demandados na região.

"Pensando nessas áreas, Curitiba tem uma oferta interessante de profissionais. Há muita gente boa para estas vagas na cidade e elas enxergam as possibilidades que têm localmente, sem que tenham de mudar de estado para chegar à carreira desejada", diz Puliti, da Michael Page.

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