O ministro da Fazenda, Guido Mantega, não se comprometeu nesta quarta-feira (6) com o cumprimento da meta de economia do setor público para este ano, de R$ 110,9 bilhões, o equivalente a 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.
Ao chegar nesta manhã ao ministério, ele disse novamente que vai cumprir a meta federal de economizar R$ 73 bilhões neste ano, mas não prometeu compensar a parte que cabe a estados e municípios, se eles não atingirem o valor previsto de R$ 37,9 bilhões.
Em junho, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, havia dito que o governo federal assumiria a totalidade da parte dos governos regionais que não fosse cumprida. Chamada de superavit primário, essa economia serve para pagar juros das dívidas públicas, evitando seu descontrole, e conter os gastos dos governos, tirando pressão sobre a inflação."Para chegar em 2,3% [do PIB], os Estados e municípios teriam de fazer o primário cheio. Eu sempre garanti que o governo central faria a sua parte, R$ 73 bilhões. Se os governos estaduais fizerem, nós alcançaremos. Se não, vai ser a diferença. Eles já fizeram R$ 18 bilhões de primário, têm três meses para fazer um primário melhor", disse Mantega.Antes dessa declaração, Mantega chegou a admitir, porém, que mesmo o resultado do governo federal pode não ser atingido completamente: "Deveremos fechar o ano com a previsão próximo daquilo que estávamos trabalhando. Estamos perseguindo R$ 73 bilhões".No acumulado do ano até o terceiro trimestre, o governo federal economizou apenas R$ 27,9 bilhões. O resultado de setembro foi especialmente fraco, um deficit primário de R$ 10,5 bilhões, o que elevou ainda mais as críticas de economistas à política fiscal do governo Dilma Rousseff.Arrecadação em recuperaçãoMantega disse hoje que o atual momento de resultado fiscal mais fraco é transitório e que a arrecadação está em recuperação.O ministro argumentou que o ano foi difícil porque a arrecadação de impostos ainda reflete o fraco desempenho da economia em 2012 e as desonerações adotadas para estimular a atividade. Segundo ele, isso vai se refletir em lucro maior das empresas e, consequentemente, em mais recolhimento com impostos nos próximos meses.Ele atribuiu o rombo de setembro a despesas excepcionais, como os gastos para subsidiar a conta de energia com objetivo de evitar o repasse do custo mais elevado das térmicas que foram acionadas para compensar a geração menor nas hidrelétricas devido à seca."A retomada da atividade econômica que está ocorrendo neste ano vai se traduzir em aumento de lucro, de arrecadação. Estamos em uma fase transitória, isso vai ser percebido nos próximos meses. Em outubro, resultado fiscal será melhor, e até o final do ano cada mês será melhor", disse.



