O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira que vai cobrar explicações das montadoras sobre demissões. O ministro disse que tem um encontro nesta sexta-feira (3) com representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Às vésperas do Ano Novo, a General Motors do Brasil fez demissões em massa na fábrica de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, em São Paulo.
"Vou conversar com a Anfavea para dar explicações. As empresas não podem estar demitindo trabalhadores em condições normais", disse.
As demissões coincidem com a redução no desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros populares, a partir de 1º de janeiro. Nesta sexta-feira, Mantega ainda relembrou que o IPI está sendo recomposto, mas destacou que esse não pode ser um motivo para as demissões.
"É verdade que já estamos elevando o IPI dos carros, mas ainda tem uma folga de IPI que não colocamos", disse.
Em nota sobre a demissão em massa, a GM não menciona o IPI e informa que está encerrando a montagem de veículos de passageiros, conhecida como MVA, e que vai interromper a produção do automóvel Classic no Brasil, mas não diz quantos operários serão dispensados.
Como uma forma de minimizar os efeitos das demissões da GM,o ministro do Trabalho, Manoel Dias, revelou ao GLOBO que uma das saídas a serem propostas à montadora, no início de janeiro, é usar um programa do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que está sendo remodelado, a fim de permitir que esses funcionários possam fazer cursos de qualificação dentro da própria empresa, usando maquinários disponíveis, para serem reaproveitados em outras áreas. Durante o período do curso, eles receberiam uma bolsa do FAT.
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