O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que irá se reunir segunda-feira com representantes das montadoras para discutir soluções para os problemas que o câmbio valorizado tem causado ao se- tor. Segundo o ministro, o Brasil é uma plataforma de exportação de veículos, por isso o setor é importante pra a balança comercial do país. Segundo ele, a queda de 10% nas exportações do setor em abril é algo "preocupante".
- Estamos interessados em criar as condições para que esse setor continue exportando - disse Mantega. Segundo ele, o câmbio, que vem se valorizando numa velocidade "desconfortável", seria o principal responsável pela perda de competitividade das exportações do setor.
Apesar disso, segundo ele, a crise na Volkswagen, que anunciou esta semana a intenção de demitir cerca de 6.000 empregados de suas fá- bricas no Brasil, é uma situação momentânea.
- Nossa preocupação é impedir que a Volkswagen feche as portas ou diminua sua produção no país. E acho que podemos encontrar uma solução para isso - disse.
O ministro participou de reunião na Confederação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban), para discutir formas de reduzir os "spreads" (diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e o que cobram nos financiamentos) e conseqüentemente as taxas de juros no país.
- A reunião serviu para levantarmos uma agenda que permita avançar numa negociação que viabilize a redução dos custos, e dos juros, para a expansão maior do crédito no país - disse Mantega.
Embora tenha afirmado aos dirigentes dos principais bancos brasileiros considerar excessivamente altos o "spreads" no país, o ministro admitiu as dificuldades para o governo reduzir os tributos cobrados dos bancos. Os bancos voltaram a pedir a queda do compulsório recolhido pelo Banco Central sobre os depósitos, como forma de baixas os juros.
- O compulsório é uma for- ma de restrição ao crédito, proposital, feita pelo Banco Central e que se compõe com as taxas de juros na política monetária. Aí fica difícil interferir nessa esfera.
