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Tulio Filho, da Blu Design: em busca de incentivos para a economia criativa | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Tulio Filho, da Blu Design: em busca de incentivos para a economia criativa| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Setor batalha por reconhecimento

Para os profissionais do design, o segmento é forte no Paraná e tende a crescer mais com a criação de políticas públicas de estímulo à indústria local. Com tradição no segmento, Curitiba foi sede da 3.ª Bienal Brasileira do Design, em 2011. Além disso, a capital pleiteia uma vaga na rede de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que promove a cooperação internacional para a economia criativa e o desenvolvimento sustentável.

"O mercado em Curitiba tem muito potencial. A demanda por serviços é grande e a indústria tem muito a crescer", avalia a integrante do Centro Brasil Design Juliana Mayumi Ogawa, organização responsável pelo mapeamento do setor.

Até então vinculado apenas à Fundação Cultural de Curitiba, o segmento local deverá ganhar fôlego com o envolvimento do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippc) e da Agência Curitiba. "É negativo que o setor criativo fique isolado apenas na área da cultura e não seja visto como gerador de riquezas. Com a participação do Ippuc eu vejo desde a possibilidade de desenvolvimento das pequenas empresas até da infraestrutura local", diz a sócia da consultoria Duco e especialista em estratégias para políticas públicas para o design, Gisele Raulik Murphy.

Curitiba quer estimular o design e se firmar como um polo da economia criativa no Brasil. O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippuc) iniciou neste mês um mapeamento dos escritórios e profissionais que atuam nas áreas de design gráfico, de produto e de moda. O formulário virtual estará disponível até terça-feira e irá gerar um mapa de georreferenciamento com base no Google Maps. O levantamento é realizado em parceria com o Centro Brasil Design.

Segundo o assessor de design do Ippuc, José Merege, o município pretende descobrir quantos profissionais atuam no mercado local e em quais regiões eles estão concentrados, para assim criar políticas públicas de incentivo ao setor. "A nossa prioridade é ter no design uma ferramenta para articulações urbanas, como na área de mobilidade, sinalização e equipamentos para a cidade. A ideia é envolver os escritórios e profissionais da área para criar uma cultura do design", afirma Merege. De acordo com uma pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), em 2011 Curitiba contava com 2.967 profissionais com remuneração média de R$ 2.309,51.

O diretor da Blu Design e Comunicação e conselheiro da Associação para o Design do Paraná (Pro-Design), Tulio Filho, afirma que o incentivo ao setor é importante pela ampla cadeia produtiva que ele envolve. O design gráfico, por exemplo, estimula o crescimento das indústrias gráfica e editorial. Já o de produto, que tem como destaque no Paraná a indústria moveleira, abre caminhos para as empresas especializadas em prototipagem, área fundamental para a avaliação da experiência do consumidor. E o digital, que abrange não só o webdesign, mas também o desenvolvimento de jogos eletrônicos e aplicativos para celular, incentiva o desenvolvimento da área tecnológica local, com o aumento de demanda por profissionais de programação e análise de sistemas.

"Dependendo do resultado desse mapeamento, será possível criar um distrito do design tendo como base as regiões em que mais se concentram empresas da área. E a partir daí a prefeitura poderá reduzir o ISS [Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza] e estimular a vinda de outros escritórios e fornecedores", sugere Tulio.

Serviço

O cadastro de designers pode ser feito no link http://bit.ly/QUM4Hn

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