No discurso de despedida, Henrique Meirelles, o mais longevo presidente do Banco Central (BC) no Brasil, disse que "é falso" o dilema entre economistas sobre a estabilidade da economia e o crescimento da atividade.
Meirelles lembrou que depois de anos com discussão entre analistas e economistas, a experiência brasileira mostra que "o crescimento passa pela estabilidade da economia".
"O caminho da instabilidade foi intensamente testado no Brasil", citou ele ao lembrar as crises das décadas de 1980 e os diversos planos de estabilização da economia naquele período. "Convivemos com um longo período de desequilíbrios das finanças publicas nas três esferas do governo", disse.
Para Meirelles, as incertezas econômicas resultavam em "baixíssimo horizonte de planejamento e elevada insegurança". O resultado dessa combinação, afirma Meirelles, foi uma taxa anual de crescimento baixo, de 2,1% na média entre os anos de 1981 e 2003. Entre os problemas da época, ele citou os "desequilíbrios fiscal e monetário, além da vulnerabilidade do balanço de pagamentos".
No início do discurso, Meirelles expressou novamente satisfação pela nomeação de Alexandre Tombini para o cargo e disse que quando decidiu não continuar no cargo após dezembro de 2010 sugeriu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que escolhesse Tombini. "Após seis anos de trabalho conjunto", Meirelles afirma que Tombini "está preparado e disposto para o desafio da manutenção da estabilidade econômica no Brasil".
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