O governo está disposto a analisar a proposta dos estados para saírem da grave crise financeira pela qual estão passando, mas os governos estaduais terão de tomar “medidas duras” de ajuste em suas contas. Essa foi a mensagem do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, dada nesta quarta-feira, para as unidades da federação. Alguns estados, como o Rio, reivindicam uma carência de pelo menos um ano no pagamento dos juros da dívida.
“[A proposta] é a partida para uma negociação. Temos que equacionar essa questão, mas temos as limitações do governo federal. É preciso que os estados também tomem medidas duras. Vamos fazer as contas, porque tudo tem um custo, o aumento do déficit e da dívida”, afirmou, sinalizando que deverão ser exigidas contrapartidas fiscais na negociação.
Meirelles enfatizou que são necessárias mudanças estruturais e administrativas dos dois lados. Os números, destacou, estão sendo testados pela equipe econômica.
Ele mencionou a grande negociação das dívidas estaduais com os bancos e a União, nos anos 90. Disse que o momento atual corresponde a uma nova rodada.
“Já é um passo seguinte de medidas estruturais nos estados. Mas não vamos anunciar medidas bombásticas no primeiro , segundo ou terceiro dia, que depois criem frustração”, salientou.
Rio, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul anunciaram que vão propor a suspensão, ou moratória, de um ano do pagamento de juros da dívida com a União. No caso do Rio de Janeiro, o déficit estimado pelo governo estadual para 2016 é de R$ 19 bilhões. Os governadores alegam que não têm dinheiro para pagar pessoal e fazer investimentos nas áreas sociais.
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