O otimismo cauteloso no exterior levou o dólar a anular a alta ante o real nesta quinta-feira, após dados macroeconômicos positivos nos Estados Unidos oferecerem algum apetite por risco.
A moeda norte-americana fechou a 1,702 real na venda, com oscilação positiva de 0,06 por cento. Pela manhã, a cotação chegou a avançar 0,35 por cento, a 1,707 real, mas o movimento perdeu força conforme as bolsas de valores se mantinham no azul e o euro zerava as perdas ante o dólar.
"O mercado está muito dependente do comportamento do euro e das bolsas internacionais. O investidor está em compasso de espera para o final do ano, e, na falta de muitos eventos, o dólar tende a seguir o exterior mesmo", disse Carlos Alberto Postigo, gerente de negócios da Casa Paulista Assessoria Bancária.
As preocupações com a crise de dívida na Europa seguiam na pauta, o que mais cedo favoreceu a alta da divisa norte-americana ante uma cesta de moedas. Investidores olharam com receio um leilão de títulos públicos espanhois, no qual Madri teve que pagar elevados prêmios.
O mercado monitorou ainda a reunião entre líderes europeus nesta quinta-feira, que deve se estender até sexta-feira. Investidores esperam que as autoridades discutam mecanismo de combate à crise no continente, bem como os riscos de contaminação dos problemas fiscais a outras nações.
Mas o mercado preferiu voltar-se para relatórios sugerindo que a economia dos Estados Unidos continua se recuperando, ainda que em ritmo lento.
Entre os números, o Federal Reserve de Filadélfia disse que o índice de condições empresariais da região Meio-Atlântico dos Estados Unidos subiu para 24,3 em dezembro, ante 22,5 em novembro. É a maior leitura desde abril de 2005 e no maior ritmo em mais de cinco anos e meio.
Os pedidos de auxílio-desemprego, por outro lado, recuaram na semana passada, enquanto o início das construções em outubro foi revisado para cima, sugerindo que a atividade econômica deve acelerar no quarto trimestre.
No final da tarde, as bolsas de valores em Nova York subiam, amparadas ainda pelo bom desempenho das ações da FedEx, após a companhia oferecer uma boa perspectiva para os lucros.
"É final de ano, e mais do que nunca vamos ficar atrelados aos indicadores externos. Saindo um dado positivo no exterior, o dólar deve cair, mas se o número for ruim, com certeza a aversão a risco vai aumentar e nós vamos seguir esse movimento", disse o operador de uma corretora paulista, que pediu anonimato.
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