A aprovação pelo Congresso do segundo mandato de Ben Bernanke como chairman do Federal Reserve parecia mais provável nesta semana, depois que a Casa Branca entrou em cena para defender suas ações no combate à crise e tentar angariar votos a favor.
Uma pesquisa da Reuters com os senadores dos Estados Unidos mostrou que 29 deles estão ou tendem a estar comprometidos com a aprovação, enquanto 17 estão contrários ou se inclinam a isso. Os líderes no Senado precisam de 60 dos 100 votos para impedir obstruções da oposição.
Os votos necessários pareciam garantidos até a semana passada, quando vários parlamentares, incluindo dois senadores democratas, disseram que não apoiariam Bernanke por estarem insatisfeitos com sua condução dos pacotes de resgate a empresas do setor financeiro durante a crise.
A incerteza derrubou as bolsas nas sexta-feira, embora elas tenham se recuperado parcialmente nesta segunda com a perspectiva aparentemente mais favorável a Bernanke.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, contatou no sábado a liderança dos Democratas no Senado, e a Casa Branca despachou assessores no domingo para angariar apoio.
O primeiro mandato de Bernanke como chairman do Fed, com duração de quatro anos, expira no domingo. Se ele não for confirmado a tempo, o vice-chairman do Fed, Donald Kohn, assume o cargo interinamente.
A votação pode ocorrer já na quarta-feira.
Quando o Senado apreciar a indicação, Bernanke deve receber outra rodada de críticas de parlamentares dispostos a mostrar alinhamento com a opinião de muitos eleitores, que rejeitam a política econômica por avaliarem que ela deu centenas de bilhões de dólares aos bancos e ignorou as necessidades das pessoas comuns.
A maioria dos membros do Congresso tenta a reeleição em novembro.
Bernanke, que foi indicado pelo ex-presidente George W. Bush para suceder Alan Greenspan em 2006, foi bastante elogiado pela resposta à crise financeira, que começou com o colapso dos empréstimos imobiliários nos Estados Unidos e rapidamente se expandiu em todo o mundo.
Mas ele também tem sido criticado por deixar passar vários sinais de formação de uma bolha no mercado imobiliário, e por subestimar o poder dessa crise sobre a economia.
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